Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!
 
Concordância / Harmonia dos quatro Evangelhos (4)

Sermão das Parábolas

Parábola do semeador

| Mt 13, 1-9 | Mc 4, 1-9 | Lc 8, 4-8 |

(Mt.: plural / Mc. e Lc.: singular)

Naquele dia, tendo Jesus saído de casa, sentou-se junto ao mar; e novamente começou a ensinar junto ao mar.

E juntaram-se a ele grandes multidões (juntou-se a ele numerosa multidão), de modo que ele, subindo para um barco, sentou-se nele, sobre o mar; e toda a multidão estava em pé na margem: estavam junto ao mar em terra.

Juntando-se, porém, uma grande multidão, e de cada uma das cidades vinham até junto dele, falou-lhes muitas coisas e ensinava-lhes muitas coisas por parábolas; e disse (dizia)-lhes na sua doutrina, por parábola, dizendo:

«Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear a sua semente.

E aconteceu que, semeando ele, alguma (/ algumas) caiu à beira do caminho: e foi pisada, e vieram (vindo) as aves do céu e comeram-na (/-nas).

E outra (/ outras), porém, caiu sobre os locais pedregosos (o local pedregoso), sobre a pedra, onde não havia muita terra: e logo (imediatamente) nasceu, porque não tinha altura de terra; e quando nasceu o sol (nascido, porém, o sol), queimou-se; e, porque não tinha raiz, tendo nascido, secou, porque não havia humidade.

E outra (/ outras), porém, caiu nos espinhos (sobre os espinhos, no meio dos espinhos): e subiram os espinhos e, crescendo simultaneamente, os espinhos sufocaram-na (/-nas) e não deu fruto.

E outra (outras), porém, caiu em terra boa (sobre a terra boa): e tendo nascido, dava (fez) fruto ao cêntuplo, subindo e crescendo; e produziam: um, trinta, e outro, sessenta, e outro, cem (um, cem; outro, sessenta; outro, porém, trinta)».

Dizendo isto, clamava e dizia: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!»

O porquê das parábolas

| Mt 13, 10-15 | Mc 4, 10-12 | Lc 8, 9-10 |

E quando estava só, interrogaram-no os que estavam ao redor dele, com os Doze, acerca das parábolas. Aproximando-se, interrogavam-no, porém, os seus discípulos, sobre o que era esta parábola. Disseram-lhe: «Porque lhes falas em parábolas?»

E ele, porém, respondendo, disse (dizia)-lhes: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios (é dado o mistério) do Reino de Deus (do Reino dos Céus); a eles, porém, aos outros, os que estão de fora, não é dado: todas as coisas se fazem em parábolas; para que, olhando, (não) olhem e não vejam, e, ouvindo, ouçam e não compreendam, para que não se convertam e não lhes seja perdoado.

Pois, ao que tem, será dado e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo em parábolas: porque, olhando, não veem, e, escutando, não ouvem nem compreendem.

E cumpre-se neles a profecia de Isaías, a que dizia: 'Ouvindo, ouvireis e não entendereis; e, vendo, vereis e não percebereis. Porque o coração deste povo endureceu, e com os ouvidos ouviram com dificuldade e fecharam os olhos, para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os cure'».

Felicidade dos discípulos

| Mt 13, 16-17 |

«Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois, amém, digo-vos que muitos Profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram; e ouvir o que ouvis, e não ouviram!»

Explicação da parábola do semeador

| Mt 13, 18-23 | Mc 4, 13-20 | Lc 8, 11-15 |

(Mt.: singular / Mc. e Lc.: plural)

E [Jesus] diz-lhes: «Não percebeis esta parábola? E como entendereis todas as parábolas?

Ouvi, pois, vós a parábola do semeador. É, porém, esta a parábola:

A semente é a palavra de Deus. O semeador semeia a palavra.

Estes, porém, são os que estão à beira do caminho, onde a palavra é semeada: são os que ouvem e, quando ouvem, de seguida, imediatamente, vem Satanás (o Diabo) e tira a palavra semeada neles do coração deles, para que não se salvem, acreditando. A todo [o homem] ouvindo a palavra do Reino e não entendendo, vem o Mau e tira o que foi semeado no coração dele: este é o que foi semeado à beira do caminho.

E estes são os que, porém, são semeados sobre os lugares pedregosos (sobre a pedra): são os que, ouvindo a palavra, imediatamente com alegria recebem a palavra (tomam-na); e não têm raiz em si mesmos, mas são temporários: os que acreditam até um tempo, depois, vindo a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam, e no tempo da tentação desviam-se. (/ O que, porém, foi semeado sobre os lugares pedregosos: este é o que, ouvindo a palavra e imediatamente a recebendo com alegria, não tem, porém, raiz em si mesmo, mas é temporário: vindo a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.)

E outros são os que foram semeados nos espinhos (o que, porém, caiu nos espinhos): estes são os que ouvem a palavra; e os cuidados do mundo e a sedução da riqueza e as múltiplas cobiças, entrando, sufocam a palavra, e fica sem fruto; e, indo, ficam sufocados pelos cuidados e riquezas e prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. (/ O que, porém, foi semeado nos espinhos: este é o que ouve a palavra; e o cuidado do mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, e fica sem fruto.)

E estes são os que foram semeados na terra boa (aquilo, porém, que está na boa terra): estes são os que, com coração reto e bom, ouvem a palavra; e, tendo ouvido a palavra, recebem e retêm e dão fruto com perseverança: um, trinta, e outro, sessenta, e outro, cem. (/ O que, porém, foi semeado em boa terra: este é o que ouve a palavra e entende: que dá fruto; e um produz cem; outro, sessenta; outro, porém, trinta)».

Parábola da lâmpada

| Mc 4, 21-25 | Lc 8, 16-18 |

E dizia-lhes: «Porventura, vem a lâmpada para que seja posta debaixo do alqueire, ou debaixo da cama? Não é antes para que seja posta no candelabro? Ninguém, porém, acendendo uma lâmpada, a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas põe-a no candelabro, para que os que entram vejam a luz.

Porque não há nada oculto, senão para ser manifestado (que não seja manifestado); nem feito em segredo, (mas) que não seja conhecido e que não venha a ser manifesto.

Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça».

E dizia-lhes: «Vede o que ouvis. Com a medida com que medis vos será medido, e ser-vos-á acrescentado. Vede, pois, como ouvis; porque a quem tem lhe será dado; e a quem não tem, mesmo o que tem — o que pensa ter — lhe será tirado».

Parábola da semente que cresce por si

| Mc 4, 26-29 |

E dizia: «Assim é o Reino de Deus, como se um homem lançasse a semente à terra, e dormisse e se levantasse de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, sem ele saber.

A terra produz fruto por si mesma: primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o trigo cheio na espiga. Assim que se produzir o fruto, porém, logo lhe mete a foice, porque chega a ceifa».

Parábola da boa semente e do joio

| Mt 13, 24-30 |

Propôs-lhes outra parábola, dizendo: «O Reino dos Céus tornou-se semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo.

Mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.

Quando, porém, a erva cresceu e deu fruto, então apareceu também o joio.

Vindo, porém, os servos do dono da casa disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?' Ele, porém, afirmou-lhes: 'Um homem inimigo fez isto'. Os servos, porém, dizem-lhe: 'Queres, pois, que, indo, o arranquemos?' Ele, porém, disse: 'Não; para que, colhendo o joio, não arranqueis com ele o trigo. Deixai crescer ambos até à ceifa; e, no tempo da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro'».

Parábola do grão de mostarda

| Mt 13, 31-32 | Mc 4, 30-32 |

Propôs-lhes outra parábola, e dizia, dizendo: «A que assemelharemos o Reino de Deus, ou em que parábola o colocaremos?

O Reino dos Céus é semelhante a (como) um grão de mostarda, que um homem, tomando, semeou no seu campo: que, quando se semeia na terra, é, pois, a menor de todas as sementes que existem na terra; e, tendo sido semeado, cresce e, quando cresceu, faz-se (é) a maior de todas as hortaliças; e cria grandes ramos, de modo que as aves do céu possam habitar debaixo da sua sombra; e torna-se árvore, para que as aves do céu venham e habitem nos seus ramos».

Parábola do fermento

| Mt 13, 33 |

Disse-lhes outra parábola: «O Reino dos Céus é semelhante ao fermento que uma mulher, tomando, escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo fermentado».

Primeira conclusão das parábolas

| Mt 13, 34-35 | Mc 4, 33-34 |

Todas estas coisas disse Jesus às multidões em parábolas. E com muitas parábolas tais, falava-lhes a palavra, conforme podiam ouvir. E sem parábola, porém, nada (não) lhes falava; mas em particular explicava tudo aos seus discípulos.

Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, dizendo: «Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a criação {do mundo}».

Explicação da parábola do joio

| Mt 13, 36-43 |

Então, deixando as multidões, veio para casa.

E aproximaram-se dele os seus discípulos, dizendo: «Explica-nos a parábola do joio do campo».

Ele, porém, respondendo, disse: «O que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do Maligno; o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é a consumação do século; os ceifeiros, porém, são os anjos.

Pois assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação do século. O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles juntarão do seu reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino do seu Pai.

Quem tem ouvidos, ouça».

Parábola do tesouro, da pérola e da rede

| Mt 13, 44-51 |

«O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobri-lo, esconde; e, pela sua alegria, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.

O Reino dos Céus é, ainda, semelhante a um homem negociante, procurando boas pérolas. Encontrando, porém, uma pérola de grande valor, indo, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a.

Igualmente, o Reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, que junta toda a espécie [de peixes]. Quando está cheia, puxaram-na para a margem; e, sentando-se, puseram os bons em vasos; os maus, porém, lançaram fora. Assim será na consumação do século: sairão os anjos, e separarão os maus do meio dos justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali haverá choro e ranger de dentes.

Entendestes todas estas coisas?» Dizem-lhe [os discípulos]: «Sim».

Segunda conclusão das parábolas

| Mt 13, 52-53) |

Ele, porém, disse-lhes: «Por isso, todo o escriba instruído no Reino dos Céus é semelhante a um homem dono da casa, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas».

E aconteceu que, tendo Jesus concluído estas parábolas, retirou-se dali.

Condições para seguir Jesus

| Mt 8, 18-22 | Mc 4, 35 | Lc 8, 22 |

Aconteceu porém que, num dos dias, vendo, porém, Jesus a multidão ao redor de si, entrou ele num barco e os seus discípulos, e disse para eles (diz-lhes) naquele dia, chegada a tarde: «Passemos para a outra margem do lago». (Mandou passar para o outro lado.)

E, aproximando-se, um escriba disse-lhe: «Mestre, seguir-te-ei para onde quer que vás». E diz-lhe Jesus: «As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça!»

Outro dos {seus} discípulos, porém, disse-lhe: «Senhor, permite-me ir primeiro e sepultar o meu pai». Jesus, porém, diz-lhe: «Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos!»

A tempestade acalmada

| Mt 8, 23-27 | Mc 4, 36-41 | Lc 8, 22-25 |

E subiram. E subindo ele para o barco, os seus discípulos seguiram-no; e, deixando a multidão, levaram-no consigo, assim como estava, no barco. E outros barcos estavam com ele.

Navegando eles, porém, adormeceu.

E eis que se fez uma grande agitação no mar: Faz-se (desceu) um grande turbilhão de vento no lago, e as ondas metiam-se no barco, de modo que o barco já se enchia, de modo que o barco era coberto com as ondas; e enchiam-se de água e estavam em perigo. E ele, porém, dormia: estava na popa, dormindo sobre a almofada.

E aproximando-se, porém, despertaram (despertam)-no e dizem-lhe, dizendo: «Chefe, Chefe, Senhor, salva-nos: nós perecemos! Mestre, não se te dá que pereçamos?» E [Jesus] diz-lhes: «Porque estais medrosos, [homens] de pouca fé?»

E então ele, porém, levantando-se (erguendo-se), repreendeu os ventos e o mar: repreendeu o vento e a tempestade da água e disse ao mar: «Cala-te, acalma-te!» E cessaram, e cessou o vento e fez-se grande bonança.

E [Jesus] disse-lhes, porém: «Porque estais medrosos? Ainda não tendes fé? Onde está a vossa fé?»

E os homens, porém, temeram com grande temor e, temendo, admiraram-se e diziam, dizendo uns aos outros: «Quem é este, porventura (qual é este), que até manda aos ventos e à água, e os ventos (o vento) e o mar obedecem-lhe?!»

O(s) possesso(s) e os porcos

| Mt 8, 28-34; 9, 1 | Mc 5, 1-21 | Lc 8, 26-40 |

(Mt.: 2 possessos / Mc. e Lc.: 1 possesso)

E chegaram à outra margem do mar e desembarcaram na região dos Gerasenos, que está defronte da Galileia.

E saindo ele do barco, ao sair, porém, ele para terra, ocorreu-lhe logo, dos túmulos, um varão da cidade, tendo demónios (um homem com espírito imundo); e já há muito tempo não vestia roupa, nem permanecia em casa mas que tinha a sua morada nos túmulos. E nem já com cadeias podia alguém prendê-lo; porque, muitas vezes, tendo sido preso com cadeias e grilhões, as cadeias foram por ele rompidas e os grilhões despedaçados; e ninguém o podia domar; e sempre, de noite e de dia, andava pelos túmulos e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. (/ E tendo ele chegado à outra margem, à região dos Gadarenos, ocorreram-lhe dois demoníacos, vindos dos túmulos, muito ferozes, de modo que ninguém podia passar por aquele caminho.)

E vendo, porém, Jesus de longe, exclamando, correu e prostrou-se diante dele e adorou-o, e, clamando com grande voz, disse (diz): «Que há entre mim e ti, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te... conjuro-te por Deus: não me atormentes!» (/ E eis que clamaram, dizendo: «Que há entre nós e ti, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?»)

Ordenava, pois, ao espírito imundo que saísse do homem; pois dizia-lhe: «Sai do homem, espírito imundo!» (Pois por muitos tempos se apoderara dele; e era guardado preso com cadeias e grilhões e, rompendo as cadeias, era levado pelo demónio para os desertos.)

E Jesus, porém, interrogou (interrogava)-o: «Qual é o teu nome?» E ele, porém, disse (diz)-lhe: «Legião é o meu nome, porque somos muitos». Porque tinham entrado nele muitos demónios. E rogavam (rogava)-lhe muito que não os enviasse para fora da região, para que não os mandasse ir para o abismo.

Havia, porém, ali, longe deles, em torno do monte, uma grande manada de muitos (numerosos) porcos, pastando no monte. E os demónios, porém, rogaram (rogavam)-lhe que lhes permitisse entrar neles, dizendo: «Se nos expulsas, envia-nos para a vara de porcos... Manda-nos para os porcos, para que entremos neles». E concedeu-lhes e disse-lhes: «Ide».

E tendo saído, porém, os demónios, os espíritos imundos, do homem, entraram (foram) para os porcos. E eis que se precipitou toda a vara, de uns dois mil, pelo precipício, no mar (no lago), e afogaram-se (afogou-se) no mar e morreram nas águas.

E vendo, porém, o acontecido, aqueles que os apascentavam fugiram e, tendo vindo à cidade, anunciaram tudo na cidade e nos campos (/ e acerca dos demoníacos).

Saíram, porém, e vieram ver o que tinha acontecido; e eis que toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. E vieram (vêm) ter com Jesus; e encontraram e veem o demoníaco sentado, o homem de quem tinham saído os demónios, vestido e em perfeito juízo (o que tivera a legião), aos pés de Jesus; e temeram. Anunciaram e narraram-lhes, porém, os que tinham visto, como fora curado o demoníaco (como tinha acontecido ao demoníaco), e acerca dos porcos.

E, tendo-o visto, rogaram-lhe que se afastasse dos territórios deles: começaram a rogar-lhe que se retirasse dos territórios deles; e toda a multidão da região dos Gerasenos rogou-lhe que se afastasse deles, porque estavam possuídos de grande medo. E ele, porém, subindo para o barco, atravessou, voltou e veio para a sua cidade [de Cafarnaum].

E subindo ele para o barco, suplicava-lhe o demoníaco, rogava-lhe, porém, o varão de quem tinham saído os demónios, que estivesse com ele (para estar com ele). E [Jesus] não lho permitiu; despediu-o, porém, mas diz-lhe, dizendo: «Vai: volta para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes e narra quanto te fez o Senhor Deus, e como teve misericórdia de ti».

E ele foi proclamando por toda a cidade, e começou a proclamar na Decápole tudo o que Jesus lhe havia feito. E todos se admiravam.

E quando, porém, Jesus voltou (tendo atravessado Jesus outra vez {no barco} para o outro lado), juntou-se a ele uma grande multidão, e ele estava junto do mar. A multidão recebeu-o, pois todos o esperavam.

Cura da hemorroíssa e ressurreição da filha de Jairo

| Mt 9, 18-26 | Mc 5, 22-43 | Lc 8, 41-56 |

E, enquanto lhes dizia estas coisas, eis que vem um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo: veio um varão, cujo nome era Jairo, e ele era um chefe da sinagoga. Tendo vindo e tendo-o visto, prostrou-se aos pés de Jesus e, tendo-se prostrado aos pés dele, adorava-o: rogava-lhe que entrasse em sua casa, porque tinha uma filha única, de cerca de doze anos, e ela estava a morrer. E ele roga-lhe muito, dizendo que «A minha filhinha está nas últimas; vem, impõe as mãos sobre ela, para que sare e viva! A minha filha faleceu agora; mas vem, impõe a tua mão sobre ela, e viverá!»

E levantando-se, Jesus seguia-o e os seus discípulos e foi com ele. E enquanto ele ia, porém, seguia-o uma grande multidão e comprimia-o (as multidões apertavam-no).

E eis que uma mulher hemorroíssa, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e tinha sofrido muito de numerosos médicos e gastara tudo o que era dela (que {em médicos gastara todos os bens} não pôde ser curada por ninguém, nada tendo aproveitado, mas indo para pior), tendo ouvido falar a respeito de Jesus, vindo por entre a multidão, chegando-se por trás, tocou a orla do manto dele. Dizia, pois, dentro de si, que «Se eu tocar apenas a roupa dele (ao menos as roupas dele), serei salva». E, imediatamente, parou o fluxo e logo secou a fonte do seu sangue, e sentiu no corpo que estava curada da doença.

E logo Jesus, percebendo em si mesmo uma força que saíra dele, virando-se para a multidão, disse (dizia): «Quem é o que me tocou? Quem tocou as minhas roupas?»

Negando todos, porém, disse Pedro: «Chefe, as multidões apertam-te e oprimem-te!...» E diziam-lhe os seus discípulos: «Vês que a multidão te aperta e dizes: 'Quem me tocou?'!»

Disse, porém, Jesus: «Alguém me tocou; pois eu conheci que uma força saiu de mim!» E olhava em redor para ver a que fizera isto.

A mulher, porém, vendo que não ficou oculta, temendo e tremendo, sabendo o que nela tinha acontecido, veio e prostrou-se (prostrando-se) diante dele e disse-lhe toda a verdade: declarou perante todo o povo a causa por que lhe havia tocado e como fora imediatamente curada.

Jesus, porém, voltando-se e vendo-a, disse-lhe: «Tem confiança, filha: a tua fé salvou-te. Vai (passa) em paz e sê curada da tua enfermidade». (E a mulher foi salva desde aquela hora.)

Ainda ele falava, vêm do chefe da sinagoga: vem um [homem] da parte do chefe da sinagoga, dizendo (dizendo eles) que «A tua filha morreu. Porque incomodas ainda o Mestre? Não incomodes mais o Mestre...»

Jesus, porém, ouvindo a palavra que era dita, diz ao chefe da sinagoga (respondeu-lhe): «Não temas: acredita somente, e será salva».

E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, Tiago, e João, irmão de Tiago.

E vêm a casa do chefe da sinagoga; e vê o tumulto e os que choram e fazem grandes prantos. E chegando, porém, Jesus a casa do chefe, e vendo os flautistas e a multidão alvoroçada, não deixou ninguém entrar com ele, senão Pedro, João e Tiago, e o pai da criança e a mãe. Todos, porém, choravam e se lamentavam por ela.

E tendo entrado, ele, porém, disse (dizia, diz)-lhes: «Porque vos alvoroçais e chorais? Não choreis. Retirai-vos, porque não morreu a menina (a criança não morreu), mas dorme!» E riam-se dele, sabendo que ela estava morta.

Ele, porém, tendo feito sair a todos, posta fora a multidão, toma consigo o pai da criança e a mãe e os que estavam com ele, e entra onde estava a criança.

Ele, porém, tendo entrado, tomou a mão da criança e, tomando a mão dela, clamou, dizendo (diz)-lhe: «Talitha, kum» (que, traduzido, é: «Menina (criança), digo-te: levanta-te»). E o seu espírito voltou. E a menina ergueu-se (levantou-se) logo, imediatamente, e andava, pois tinha doze anos. E [Jesus] mandou dar de comer a ela.

E {logo} foram tomados de grande espanto. E os seus pais ficaram espantados. Ele, porém, prescreveu e recomendou-lhes veementemente que a ninguém dissessem o que tinha sucedido, para que ninguém soubesse isto; e disse que dessem de comer a ela.

E saiu esta fama por toda aquela terra.

Cura de dois cegos

| Mt 9, 27-31 |

E passando Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando e dizendo: «Tem compaixão de nós, Filho de David».

Tendo, porém, ele entrado em casa, os cegos aproximaram-se dele; e Jesus diz-lhes: «Acreditais que eu posso fazer isto?» Dizem-lhe: «Sim, Senhor».

Então tocou os olhos deles, dizendo: «Seja-vos feito segundo a vossa fé». E os olhos deles abriram-se.

E Jesus ameaçou-os, dizendo: «Vede que ninguém o saiba».

Eles, porém, tendo saído, divulgaram-no por toda aquela terra.

Cura de um possesso mudo

| Mt 9, 32-34 |

Quando, porém, saíram eles, eis que lhe trouxeram um homem mudo, demoníaco.

E, expulso o demónio, falou o mudo. E as multidões admiraram-se, dizendo: «Nunca apareceu assim em Israel!»

Os Fariseus, porém, diziam: «Pelo príncipe dos demónios, ele expulsa os demónios!»

Jesus rejeitado novamente em Nazaré

| Mt (13, 54-58) | Mc 6, 1-6a |

E [Jesus] partiu dali e vem à sua pátria, e os seus discípulos seguem-no.

E vindo à sua pátria e chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga: ensinava-os na sinagoga deles.

E muitos, ao ouvir, maravilhavam-se; de modo que eles se maravilhavam e diziam, dizendo: «Donde lhe [vêm] estas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada, e tais milagres que se fazem pelas suas mãos? Donde lhe [veio] esta sabedoria e os milagres? Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, e o irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama a sua mãe Maria, e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E não estão as suas irmãs aqui, entre nós? E as suas irmãs porventura não estão todas entre nós? Donde lhe [vem], pois, tudo isto?» E escandalizavam-se dele.

E Jesus, porém, disse (dizia)-lhes que «Não existe profeta sem honra senão na sua pátria, na sua família e na sua casa!»

E não podia fazer ali nenhum milagre, senão curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos; e não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles. E admirava-se da incredulidade deles.

Percurso de pregação e curas

| Mt 9, 35-38 | Mc 6, 6b |

E Jesus percorria todas as cidades e aldeias em volta, ensinando nas sinagogas delas e pregando o Evangelho do Reino, e curando toda a doença e toda a enfermidade.

Vendo, porém, ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam desgarradas e prostradas, como ovelhas que não têm pastor. Então diz aos seus discípulos: «Na verdade, a seara é grande, mas poucos os operários. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande operários para a sua seara».

Missão dos doze Apóstolos

Introdução

| Mt 10, 1-4 | Mc 6, 7 | Lc 9, 1-2 |

E chamou os Doze. E chamando (convocando), porém, os seus Doze Discípulos, começou a enviá-los, dois a dois; e deu (dava)-lhes poder e autoridade sobre os espíritos imundos, sobre todos os demónios, para os expulsarem, e para curarem doenças, toda a doença e toda a enfermidade; e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar {os doentes}.

Os nomes, porém, dos doze Apóstolos são estes: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; e Tiago, [filho] de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, [filho] de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu; e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.

Advertências para a missão

| Mt 10, 5-16 | Mc 6, 8-11 | Lc 9, 3-5 |

(Mt.: nem calçado, nem bastão / Mc.: sandálias, só um bastão / Lc.: nem bastão)

Jesus enviou estes doze, recomendando-lhes, dizendo: «Não ireis por caminho de gentios, e não entrareis em cidade de Samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel.

Indo, porém, pregai, dizendo que 'chegou o Reino dos Céus'.

Curai enfermos, ressuscitai mortos, limpai leprosos, expulsai demónios... Recebestes de graça; dai de graça».

E ordenou-lhes que nada levassem no caminho: senão só um bastão, nem pão, nem alforge, nem moedas no cinto; mas calçados de sandálias e «não vistais duas túnicas». E disse para eles: «Não tomeis nada para o caminho: Não possuais ouro, nem prata, nem dinheiro nos vossos cintos, nem alforge no caminho, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, (nem bastão, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas); porque o operário é digno do seu alimento».

E dizia-lhes: «Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, perguntai quem nela é digno; e em qualquer casa em que entrardes (onde quer que entrardes numa casa), ficai lá até partirdes de lá, e de lá saireis. Entrando, porém, numa casa, saudai-a; e se a casa for digna, venha a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, a vossa paz voltará para vós.

E se algum lugar não vos receber nem ouvir as vossas palavras, e todos os que não vos receberem nem vos ouvirem, saindo de lá para fora, da casa ou daquela cidade, sacudi o pó de debaixo dos vossos pés, em testemunho contra eles. Amém, digo-vos: Haverá menos rigor para a terra de Sodoma e de Gomorra, no dia do Juízo, do que para aquela cidade.

Eis que eu vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas».

Perseguições no futuro

| Mt 10, 17-25 |

«Tende cuidado, porém, com os homens: porque vos entregarão aos sinédrios e nas suas sinagogas flagelar-vos-ão; e sereis levados à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim, em testemunho para eles e para os gentios.

Mas, quando vos entregarem, não penseis como ou o que direis; porque vos será dado naquela hora o que direis. Porque não sois vós que falais, mas o Espírito do vosso Pai, que fala em vós.

Um irmão entregará, porém, à morte o seu irmão, e um pai o filho; e filhos se levantarão contra os pais e os matarão. E sereis odiados de todos por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.

Quando, porém, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra. Pois, amém, digo-vos: Não acabareis as cidades de Israel antes que venha o Filho do Homem.

O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta o discípulo tornar-se como o seu mestre, e o servo como o seu senhor. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos?»

Confessar Jesus sem temor

| Mt 10, 26-33 |

«Portanto, não os temais: porque nada há coberto que não seja revelado, e oculto que não seja conhecido.

O que vos digo nas trevas, dizei-o à luz; e o que ouvis ao ouvido, pregai-o sobre os tetos.

E não temais os que matam o corpo mas não podem matar a alma; mas temei antes aquele que pode perder a alma e o corpo na Geena.

Não se vendem dois passarinhos por um asse? E nenhum deles cairá na terra sem [a vontade do] vosso Pai. Até os cabelos da vossa cabeça, porém, estão todos contados. Não temais, pois vós valeis mais do que muitos passarinhos.

Pois, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante do meu Pai, que está nos Céus. Mas o que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai, que está nos Céus».

Jesus, motivo de divisões

| Mt 10, 34-36 |

«Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz, mas a espada. Porque eu vim separar o homem contra o seu pai, e a filha contra a sua mãe, e a nora contra a sua sogra; e os inimigos do homem [serão] os seus domésticos».

Renunciar a si mesmo para seguir Jesus

| Mt 10, 37-39 |

«Quem ama o pai ou a mãe acima de mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha acima de mim não é digno de mim.

E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem encontrar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por causa de mim encontrá-la-á».

Conclusão do discurso apostólico

| Mt 10, 40-42 |

«Quem vos recebe, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. Quem recebe um profeta em nome de profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo em nome de justo, receberá a recompensa de justo. E aquele que der de beber a um destes pequeninos um copo de água fria, somente em nome de discípulo, amém, digo-vos: Não perderá a sua recompensa».

Partida dos Apóstolos

| Mt 11, 1 | Mc 6, 12-13 | Lc 9, 6 |

E aconteceu que, tendo Jesus terminado, instruindo os seus Doze Discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles.

Saindo, porém, e partindo, percorriam as aldeias, evangelizando e curando por toda a parte. Pregaram que se arrependessem; e expulsavam muitos demónios, e ungiam muitos enfermos com óleo e curavam-nos.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 


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