Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!
 
Concordância / Harmonia dos quatro Evangelhos (5)

Opinião de Herodes sobre Jesus

| Mt 14, 1-2 | Mc 6, 14-16 | Lc 9, 7-9 |

E naquele tempo, o rei Herodes, o tetrarca, ouviu, porém, todas as coisas que aconteciam e a fama de Jesus; pois o nome dele tornou-se célebre. E diziam que «João Batista ressuscitou dos mortos e por isso os poderes operam nele». Uns, porém, diziam que «É Elias»; outros, porém, diziam que «É um profeta como um dos Profetas»...

E [Herodes] hesitava, já que era dito por alguns que «João ressuscitou dos mortos»; por outros, que «Elias apareceu»; por outros, porém, que «Um Profeta dos antigos ressuscitou»...

Ouvindo, porém, Herodes disse (dizia): «Eu degolei João. Quem é, porém, este, de quem eu ouço tais coisas? Aquele que eu degolei, João, este ressuscitou!» E disse aos seus servos: «Este é João Batista: ele ressuscitou dos mortos e por isso os poderes operam nele!» E procurava vê-lo.

Morte de João Batista

| Mt 14, 3-12 | Mc 6, 17-29 |

Porque o próprio Herodes, tendo enviado, prendeu João e (tendo prendido João) ligou-o e pô-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe; porque ele a tinha desposado. Pois João dizia a Herodes (dizia-lhe) que «Não te é lícito ter a esposa do teu irmão (tê-la)».

Herodíades, porém, odiava-o e queria matá-lo, e não podia. Pois Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo, e guardava-o; e, ao ouvi-lo, ficava muito perplexo, e de boa mente o escutava. E querendo matá-lo, temia o povo; porque o tinham como profeta.

E chegado um dia oportuno, no aniversário natalício de Herodes, quando Herodes, no seu aniversário natalício, fez uma ceia aos seus grandes e tribunos e príncipes da Galileia, e tendo entrado a filha da mesma Herodíades e tendo dançado (a filha de Herodíades dançou no meio), agradou a Herodes e também aos que estavam à mesa.

Por isso, o rei disse à rapariga: «Pede-me o que quiseres, e eu te darei». Com juramento, prometeu dar-lhe tudo o que pedisse; e jurou-lhe {muito}: «Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino!»

E tendo ela saído, disse à sua mãe: «Que pedirei?» Ela, porém, disse: «A cabeça de João Batista!...»

Ela, porém, instruída previamente pela sua mãe, entrando logo com pressa à presença do rei, pediu, dizendo: «Quero que, imediatamente, me dês (dá-me)» — diz — «aqui, num prato, a cabeça de João Batista!»

E [Herodes] entristeceu-se e, tornado o rei muito triste, por causa dos juramentos e por causa dos que também estavam à mesa, não lha quis negar: mandou que fosse dada.

E enviando logo um carrasco, o rei mandou trazer a cabeça dele. E, indo, [o carrasco] degolou João (degolou-o) na prisão; e trouxe a cabeça dele num prato e deu-a à rapariga (foi trazida a cabeça dele num prato e foi dada à rapariga); e a rapariga levou [e] deu-a à sua mãe.

E tendo ouvido, os seus discípulos vieram; e, tendo-se aproximado, tomaram o cadáver dele e sepultaram-no: puseram-no num túmulo. E, vindo, anunciaram a Jesus.

Primeira multiplicação dos pães

| Mt 14, 13-21 | Mc 6, 30-44 | Lc 9, 10-17 | Jo 6, 1-15 |

E depois destas coisas, tendo voltado, reúnem-se os Apóstolos junto de Jesus e narraram e anunciaram-lhe tudo o que tinham feito e o que tinham ensinado.

E ouvindo, porém, Jesus diz-lhes: «Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco». Porque eram muitos os que vinham e os que iam, e não tinham tempo nem para comer.

E, tomando-os consigo, Jesus foi, retirou-se dali e foram no barco para um lugar deserto, à parte, para uma cidade chamada Betsaida, do outro lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades.

E muitos viram-nos partir e souberam; e ouvindo, as multidões sabendo, porém, seguiram-no, e para lá correram a pé de todas as cidades, e antecederam-nos. Seguia-o, porém, grande multidão, porque viam os sinais que fazia sobre os enfermos.

E, saindo, subiu, porém, Jesus ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. (A Páscoa, porém, a festa dos Judeus, estava próxima.) Viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e recebendo-os, começou a ensinar-lhes muitas coisas, falava-lhes do Reino de Deus, e curou os seus enfermos: sarava os que necessitavam de cura.

O dia, porém, começou a declinar.

E sendo a hora já muito avançada, chegada, porém, a tarde, aproximaram-se dele os Discípulos. Tendo-se aproximado, porém, dele, os seus Doze Discípulos disseram (diziam)-lhe, dizendo que «O lugar é deserto e a hora já está muito adiantada... e a hora já passou. Despede as multidões (a multidão / despede-os), para que, indo às aldeias e campos em redor, se hospedem e encontrem sustento: comprem para si alimentos que comer, porque aqui estamos em lugar deserto».

{Jesus} porém, respondendo, disse-lhes (disse, porém, para eles): «Não precisam de ir embora: dai-lhes vós de comer». E dizem-lhe: «Indo, compraremos duzentos denários de pão e dar-lhes-emos de comer?»

Levantando, pois, os olhos, Jesus, e vendo que uma grande multidão vinha até junto dele, diz a Filipe: «Onde compraremos pães, para estes comerem?» (Mas dizia isto para o experimentar, pois ele sabia o que havia de fazer.) Respondeu-lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não lhes chegam, para que cada um receba um pouco!...»

[Jesus] diz-lhes, porém: «Quantos pães tendes? Ide, vede».

Diz-lhe um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes; mas que é isto para tantos?» E tendo-se informado, eles, porém, disseram (dizem)-lhe: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes (para nós não existem mais do que cinco pães e dois peixes); a menos que, indo, nós compremos alimentos para todo este povo!...» (Pois eram cerca de cinco mil varões.)

Disse porém Jesus aos seus discípulos: «Trazei-mos aqui». E ordenou-lhes que fizessem sentar a todos em grupos, sobre a erva verde: «Fazei sentar os homens; reclinai-os em grupos de cerca de cinquenta». (Havia, porém, muita erva no lugar.) E, tendo mandado sentar as multidões sobre a erva, assim fizeram e mandaram que todos se sentassem; e sentaram-se em grupos de cem e de cinquenta. Reclinaram-se, pois, os varões, em número de cerca de cinco mil.

Jesus tomou, pois, os pães e, tendo, porém, tomado os cinco pães e os dois peixes, olhando para o céu, e dando graças, abençoou e partiu os pães; e tendo-os partido, deu (dava) aos {seus} discípulos os pães, para darem à multidão (para que lhos dessem); os discípulos porém [davam-nos] às multidões. Distribuiu aos que estavam sentados; igualmente, também dos peixes: dividiu os dois peixes por todos, quanto eles quiseram; e todos comeram e saciaram-se todos.

Quando, porém, ficaram saciados, diz aos seus discípulos: «Juntai os pedaços que sobejaram, para que nada se perca». Juntaram, pois, e recolheram os restos dos pedaços, e encheram doze cestos cheios com os pedaços dos cinco pães de cevada e dos peixes, que sobejaram aos que tinham comido; e recolheu-se, do que lhes sobejou, doze cestos dos pedaços.

E os que comeram (os que, porém, consumiram) {os pães} eram cerca de cinco mil varões, além das mulheres e das crianças.

Aqueles homens, pois, vendo o sinal que [Jesus] fizera, diziam que «Este é, verdadeiramente, o profeta que vem ao mundo!»

Jesus, pois, sabendo, que estavam para o arrebatar e o fazerem rei, retirou-se novamente para o monte, ele sozinho.

Jesus caminha sobre as águas

| Mt 14, 22-33 | Mc 6, 45-52 | Jo 6, 16-21 |

E quando, porém, chegou a tarde, obrigou imediatamente (logo) os seus discípulos a subirem para um barco, e a precederem-no na outra margem, em frente a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão (até que despedisse as multidões).

Os seus discípulos desceram para o mar e, subindo para o barco, foram para a outra margem do mar, para Cafarnaum.

E tendo despedido as multidões, tendo-as despedido, retirou-se [e] subiu ao monte, sozinho, para orar. E chegada, porém, a tarde, estava o barco no meio do mar; e ele estava lá sozinho, em terra.

O barco, porém, já estava afastado muitos estádios da terra, batido pelas ondas, porque o vento era contrário. E já escurecera e Jesus ainda não viera até junto deles. O mar, porém, soprando um grande vento, levantava-se.

E, vendo-os fatigados a remar, porque o vento lhes era contrário, cerca da quarta vigília da noite (na quarta vigília da noite, porém), veio (vem) até junto deles, andando sobre o mar; e queria passar-lhes adiante.

Tendo, pois, remado cerca de vinte e cinco ou trinta estádios, os discípulos, porém, veem Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco, e tiveram medo: Vendo-o a caminhar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e assustaram-se, dizendo que «É um fantasma!» E por causa do medo clamaram (exclamaram), pois todos o viram e assustaram-se.

Imediatamente, porém, {Jesus} falou com eles e diz-lhes, dizendo: «Tende confiança: sou eu; não temais!»

Respondendo-lhe, porém, Pedro disse: «Senhor, se és tu, manda-me ir até junto de ti, sobre as águas!» Ele, porém, disse: «Vem».

E descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas, e veio até Jesus. Mas, vendo o vento {forte}, teve medo; e, começando a submergir, clamou, dizendo: «Senhor, salva-me!» Imediatamente, porém, Jesus, estendendo a mão, agarrou-o e diz-lhe: «[Homem] de pouca fé, porque duvidaste?»

Queriam, pois, recebê-lo no barco. E subiu para junto deles, no barco; e logo que eles subiram para o barco, o vento cessou.

Os que estavam no barco, porém, adoraram-no, dizendo: «Verdadeiramente, és Filho de Deus!» E logo o barco chegou à terra para onde iam.

E estavam, no seu íntimo, grandemente pasmados; pois não tinham compreendido a respeito dos pães; mas o coração deles estava endurecido.

Curas em Genesaré e promessa da Eucaristia

| Mt 14, 34-36 | Mc 6, 53-56 | Jo 6, 22-71; 7, 1 |

E no dia seguinte, tendo feito a travessia para terra, chegaram a terra, em Genesaré, e atracaram.

E saindo eles do barco, imediatamente, tendo-o conhecido, os varões daquele lugar percorreram toda aquela região, enviaram [a notícia] por toda aquela vizinhança, e começaram a trazer em grabatos os que se encontravam enfermos, para onde ouviam dizer que ele estava; e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos.

E onde quer que entrava, nas aldeias, nas cidades ou nos campos, apresentavam os enfermos nas praças; e rogavam-lhe que tocassem somente (ao menos) a orla do seu manto; e todos os que a tocavam foram salvos (eram salvos).

A multidão que ficara na outra margem do mar, viu que não havia ali outro barco, senão um, e que Jesus não entrou com os seus discípulos no barco, mas os seus discípulos tinham ido sós. Outros barcos vieram de Tiberíades [para] perto do lugar onde tinham comido o pão, tendo o Senhor dado graças. Quando, pois, a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles nos barcos, e vieram para Cafarnaum, procurando Jesus.

E, encontrando-o na outra margem do mar, disseram-lhe: «Rabbi, quando chegaste aqui?»

Respondeu-lhes Jesus e disse: «Amém, amém, digo-vos: Procurais-me, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados! Trabalhai, não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece para a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará; pois neste, Deus Pai imprimiu o seu selo».

Disseram, pois, para ele: «Que faremos para praticarmos as obras de Deus?» Respondeu Jesus e disse-lhes: «A obra de Deus é esta: Que acrediteis naquele que ele enviou».

Disseram-lhe, pois: «Que sinal, pois, fazes tu, para que vejamos e acreditemos em ti? Que operas? Os nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: 'Deu-lhes pão a comer do céu'».

Disse-lhes, pois, Jesus: «Amém, amém, digo-vos: Não foi Moisés que vos deu o pão do Céu; mas o meu Pai dá-vos o verdadeiro pão do Céu. Porque o pão de Deus é o que desce do Céu e dá vida ao mundo». Disseram, pois, para ele: «Senhor, dá-nos sempre esse pão!»

Disse-lhes Jesus: «Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá fome, e quem acredita em mim nunca terá sede. Mas disse-vos que também {me} vistes e não acreditastes. Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim não o lançarei fora; porque desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. A vontade, porém, do que me enviou é esta: Que tudo o que me deu, eu não o perca, mas que o ressuscite no último dia. Porque esta é a vontade do meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e acredita nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia».

Murmuravam, pois, dele os Judeus, porque dissera: «Eu sou o pão que desceu do Céu»; e diziam: «Não é este, Jesus, o filho de José, do qual nós conhecemos o pai e a mãe? Como diz agora que 'Desci do Céu'?» Respondeu Jesus e disse-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.

Está escrito nos Profetas: 'E serão todos ensinados por Deus'. Todo aquele que ouviu do Pai e aprende vem a mim. Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que está junto de Deus; esse viu o Pai.

Amém, amém, digo-vos: Aquele que acredita tem a vida eterna.

Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do Céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente. E o pão que eu darei, porém, é a minha carne, pela vida do mundo».

Discutiam, pois, os Judeus entre si, dizendo: «Como pode este dar-nos a {sua} carne a comer?»

Disse-lhes, pois, Jesus: «Amém, amém, digo-vos: Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeiro alimento, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.

Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, também quem me come viverá por mim. Este é o pão que desceu do Céu; não como os pais comeram e morreram; quem come este pão viverá eternamente».

Ele disse estas coisas, ensinando na sinagoga, em Cafarnaum.

Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo, disseram: «É dura esta palavra! Quem a pode ouvir?»

Mas, sabendo Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? Se virdes, pois, o Filho do Homem a subir para onde estava primeiro? O espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita. As palavras que eu vos disse são espírito e são vida. Mas há alguns de vós que não acreditam». Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os não crentes, e quem o havia de entregar. E dizia: «Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se lhe não for dado pelo Pai». Desde então, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e já não andavam com ele.

Disse, pois, Jesus aos Doze: «Porventura, também vós quereis retirar-vos?» Respondeu-lhe Simão Pedro: «Senhor, para quem iremos? Tens palavras de vida eterna; e nós acreditámos e conhecemos que tu és o Santo de Deus!»

Respondeu-lhes Jesus: «Não vos escolhi eu, os Doze? E um de vós é um diabo...» Dizia, porém, [isto] de Judas, [filho] de Simão Iscariotes; porque era ele o que o havia de entregar, sendo um dos Doze.

E depois disto, andava Jesus na Galileia; pois não queria andar na Judeia, porque os Judeus procuravam matá-lo.

Discussão sobre as tradições farisaicas

| Mt 15, 1-20 | Mc 7, 1-23 |

Então, Fariseus e Escribas de Jerusalém aproximam-se de Jesus. E reúnem-se junto dele os Fariseus e alguns dos Escribas vindos de Jerusalém. E vendo alguns dos discípulos dele a comer pães com as mãos comuns, isto é, não lavadas (pois os Fariseus, e todos os Judeus, se não lavarem as mãos até ao punho, não comem, guardando a tradição dos antigos; e [voltando] da praça, se não se lavarem, não comem; e há muitas outras coisas que receberam para observar: a lavagem dos copos e dos jarros e dos vasos de metal {e das camas}); e interrogam-no os Fariseus e os Escribas, dizendo: «Porque não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos? (Porque é que os teus discípulos transgridem a tradição dos antigos?) Pois não lavam as {suas} mãos quando comem pão, mas comem o pão com as mãos comuns?»

Ele, porém, respondendo, disse-lhes: «Porque transgredis também vós o mandamento de Deus por causa da vossa tradição?

(Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito, {que} 'este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; em vão, porém, me adoram, ensinando doutrinas preceitos de homens!')

Deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens!»

E dizia-lhes: «Bem anulais o mandamento de Deus, para servir a vossa tradição! Pois Moisés — Deus — disse: 'Honra o teu pai e a tua mãe'; e: 'Quem maldisser o pai ou a mãe seja morto com a morte'. Mas vós dizeis: 'Se um homem (qualquer) disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corban (isto é: oferta), não honrará o seu pai': não lhe permitis fazer mais nada ao pai ou à mãe, e invalidastes a palavra de Deus por causa da vossa tradição, invalidando a palavra de Deus pela vossa tradição, que transmitistes. E fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.

Hipócritas, bem profetizou acerca de vós Isaías, dizendo: 'Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; em vão, porém, me adoram, ensinando doutrinas preceitos de homens!'»

E chamando a si outra vez a multidão, disse (dizia)-lhes: «Ouvi-me vós todos e entendei: Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas as coisas que saem do homem, são essas que contaminam o homem. Não é o que entra na boca que contamina o homem, mas o que sai da boca, isso contamina o homem.»

Então, aproximando-se, os discípulos dizem-lhe: «Sabes que os Fariseus, ouvindo a palavra, se escandalizaram?»

Ele, porém, respondendo, disse: «Toda a planta que o meu Pai celeste não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os: são cegos, guias {de cegos}! Se um cego, porém, guiar um cego, ambos cairão num buraco!»

E quando entrou em casa, a partir da multidão, os seus discípulos interrogavam-no acerca da parábola. Pedro, respondendo, disse-lhe: «Explica-nos {esta} parábola».

E ele, porém, disse (diz)-lhes: «Também vós estais ainda sem compreensão? Não compreendeis que tudo o que de fora, entrando pela boca no homem, não o pode contaminar; porque não entra no coração dele, mas vai ao ventre e é lançado (sai) na latrina?», purificando todos os alimentos.

Dizia, porém, que «As coisas, porém, que saem da boca, saem do coração, e essas contaminam o homem: o que sai do homem, isso contamina o homem. Pois do interior do coração dos homens, saem as intenções más (malignas), procedem fornicações, furtos, homicídios, adultérios, cobiça, maldades, dolo, impureza, olho mau, falsos testemunhos, blasfémias (blasfémia), soberba, insensatez... Todas estas coisas más procedem de dentro e contaminam o homem. Estas são as contaminadoras do homem; mas comer com as mãos não lavadas não contamina o homem».

Cura da filha da Cananeia

| Mt 15, 21-28 | Mc 7, 24-30 |

Levantando-se, porém, dali e saindo dali, Jesus retirou-se [e] partiu para as partes (para os territórios) de Tiro e de Sidónia.

E entrando numa casa, não queria que ninguém soubesse, e não pôde ocultar-se.

Mas eis que, imediatamente, uma mulher cananeia, ouvindo falar dele, saindo daqueles territórios, que tinha uma filha com um espírito impuro, clamou, dizendo: «Tem compaixão de mim, Senhor, Filho de David! A minha filha está horrivelmente possessa!» Mas ele não lhe respondeu palavra.

E aproximando-se, os seus discípulos rogavam-lhe, dizendo: «Despede-a, porque clama atrás de nós!» Ele, porém, respondendo, disse: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel».

Mas ela, vindo, prostrou-se aos pés dele e adorou-o, dizendo: «Senhor, ajuda-me!» (Era uma mulher, porém, grega, de origem siro-fenícia; e rogava-lhe que expulsasse da sua filha o demónio.)

E ele, porém, respondendo disse (dizia)-lhe: «Deixa que primeiro se saciem os filhos; porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos!» Ela, porém, respondeu e disse (diz)-lhe: «Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas dos filhos, que caem da mesa dos seus donos...»

E então, respondendo, Jesus disse-lhe: «Ó mulher, é grande a tua fé! Seja-te feito como queres. Por esta palavra, vai: o demónio saiu da tua filha». E a sua filha ficou curada, desde aquela hora.

E, voltando ela para casa, encontrou a menina deitada sobre a cama, e o demónio tinha saído.

Cura de um surdo gago

| Mt 15, 29a | Mc 7, 31-37 |

E, saindo novamente das regiões de Tiro, e tendo partido dali, Jesus veio pela Sidónia até junto do mar da Galileia, no meio das regiões da Decápole.

E trazem-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogam-lhe que lhe imponha a mão.

E tomando-o de entre a multidão, à parte, meteu os seus dedos nos ouvidos dele e, cuspindo, tocou na língua dele; e olhando para o céu, suspirou e diz-lhe: «Ephphatha!» (Isto é: Abre-te!) E abriram-se {logo} os ouvidos dele e soltou-se a prisão da língua dele, e falava corretamente.

E [Jesus] ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quando mais lhes proibia, tanto mais proclamavam.

E maravilhavam-se muito, dizendo: «Tudo fez bem; e faz os surdos ouvir e os mudos falar!»

Segunda multiplicação dos pães

| Mt 15, 29-39 | Mc 8, 1-10 |

E, subindo ao monte, sentava-se ali.

E aproximaram-se dele muitas multidões, tendo com eles coxos, cegos, aleijados, mudos e muitos outros, e lançaram-nos aos pés dele; e ele curou-os; de modo que a multidão se admirava, vendo mudos a falar, aleijados a ficar sãos, coxos a andar e cegos a ver; e glorificaram o Deus de Israel.

Naqueles dias, novamente, havendo uma grande multidão, e não tendo que comer, Jesus, porém, chamando os seus discípulos, disse (diz)-lhes: «Tenho compaixão da multidão, porque já há três dias que perseveram comigo e não têm que comer. E se os despeço em jejum para sua casa, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe; e não quero despedi-los em jejum, para que não desfaleçam no caminho».

E responderam e dizem-lhe os seus discípulos que «Donde nos [virão] num deserto tantos pães, para saciarmos tamanha multidão? Donde poderá alguém saciá-los de pão aqui, no deserto?»

E interrogava-os e diz-lhes Jesus: «Quantos pães tendes?» Mas eles disseram: «Sete e poucos peixinhos...»

E ordenou à multidão sentar-se sobre a terra. E tendo ordenado à multidão que se sentasse sobre a terra, tomou os sete pães e os peixes e, tendo tomado os sete pães, dando graças, partiu-os e dava-os aos seus discípulos para que os distribuíssem; e os discípulos, porém, distribuíram-nos às multidões (à multidão). E tinham alguns peixinhos; e tendo-os abençoado, disse também para os distribuir.

E todos comeram e ficaram saciados; e do que sobejou dos pedaços juntaram (dos restos dos pedaços) sete cestas cheias.

Os que tinham, porém, comido eram cerca de quatro mil varões, além de mulheres e de crianças. E despediu-os.

E tendo despedido as multidões, subiu para o barco; e, tendo subido logo para o barco com os seus discípulos, veio para as partes de Dalmanuta, para os territórios de Magadan.

Os Fariseus exigem um sinal do Céu

| Mt 16, 1-4 | Mc 8, 11-13 |

E, aproximando-se, saíram os Fariseus e os Saduceus; e começaram a discutir com ele e pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal do Céu, procurando dele um sinal do Céu, tentando-o.

E, suspirando profundamente no seu espírito, diz: «Porque procura esta geração um sinal? Amém, digo-vos se será dado sinal a esta geração».

Ele, porém, respondendo, disse-lhes: «{Chegada a tarde, dizeis: 'Haverá bom tempo, porque o céu está rubro'. E de manhã: 'Hoje há tempestade, porque o céu está vermelho sombrio'. Sabeis, pois, discernir a face do céu, mas os sinais dos tempos não podeis [discernir]?}

Uma geração má e adúltera procura um sinal, e não lhe será dado sinal, senão o sinal de Jonas».

E, deixando-os, tornou a embarcar e foi para a outra margem.

O fermento dos Fariseus, dos Saduceus e de Herodes

| Mt 16, 5-12 | Mc 8, 14-21 |

E quando os discípulos passaram para a outra margem, esqueceram-se de tomar pães, e no barco não tinham consigo senão um pão.

Jesus, porém, disse e recomendava-lhes, dizendo: «Olhai e acautelai-vos (guardai-vos) do fermento dos Fariseus e dos Saduceus e do fermento de Herodes».

E eles, porém, pensavam entre eles, uns com os outros, que não tinham pães, dizendo que «Não tomámos pães...»

E Jesus, porém, sabendo, disse (diz)-lhes: «Porque pensais entre vós, [homens] de pouca fé, que não tendes pães? Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o vosso coração endurecido? Tendo olhos, não vedes e, tendo ouvidos, não ouvis?

E não recordais os cinco pães dos cinco mil [homens], e quantos cestos juntastes; nem os sete pães dos quatro mil [homens], e quantas cestas juntastes? Quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes?» Dizem-lhe: «Doze...» «Quando [parti] os sete para os quatro mil, quantas cestas cheias de pedaços recolhestes?» E dizem {-lhe}: «Sete...»

E dizia-lhes: «Ainda não compreendeis? Como não entendeis que não vos falei de pães? Mas acautelai-vos do fermento dos Fariseus e dos Saduceus!»

Então compreenderam que não dissera que se guardassem do fermento dos pães, mas da doutrina dos Fariseus e dos Saduceus.

Cura de um cego de Betsaida

| Mc 8, 22-26 |

E vêm a Betsaida.

E trazem-lhe um cego, e rogam-lhe que o toque.

E tomando [Jesus] a mão do cego, levou-o para fora da aldeia; e cuspindo nos olhos dele, impondo as mãos nele, interrogava-o se «Vês alguma coisa?» E, levantando ele os olhos, dizia: «Vejo os homens; pois os vejo andando como árvores».

Em seguida, impôs novamente as mãos sobre os olhos dele; e ele começou a ver e ficou restabelecido, e via nitidamente todas as coisas.

E enviou-o para casa dele, dizendo: «Nem entres na aldeia».

Confissão de fé e primado de Pedro

| Mt 16, 13-20 | Mc 8, 27-30 | Lc 9, 18-21 |

E saiu Jesus e os seus discípulos para as aldeias de Cesareia de Filipe. E aconteceu que, vindo, porém, Jesus para as regiões de Cesareia de Filipe, estando a orar à parte, estavam com ele os discípulos; e, no caminho, interrogava os seus discípulos. Interrogou-os, dizendo-lhes: «Quem dizem os homens (as multidões) que eu sou, o Filho do Homem?»

Mas eles, respondendo, disseram-lhe, dizendo {que} «Uns, 'João Batista'; e outros, porém, 'Elias'; outros, porém, 'Jeremias'; ou outros, porém, que 'Um dos Profetas', que 'Um profeta dos antigos ressuscitou'...»

E ele interrogava-os; disse (diz)-lhes: «Mas vós, quem dizeis que eu sou?» Respondendo, porém, Simão Pedro disse (diz)-lhe «o Cristo de Deus»: «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo».

Respondendo, porém, Jesus disse-lhe: «Bem-aventurado és tu, Simão Bar Jonas, porque a carne e o sangue não to revelou, mas o meu Pai, que está nos Céus!

E eu, porém, digo-te que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».

Então ordenou aos discípulos e advertiu-os que a ninguém dissessem, a respeito dele, que ele era o Cristo. Ele, porém, advertindo-os, ordenou que a ninguém dissessem isto.

Primeiro anúncio da paixão

| Mt 16, 21 | Mc 8, 31-32a | Lc 9, 22 |

Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos e começou a ensinar-lhes que era necessário ele ir a Jerusalém, e dizendo que «É necessário o Filho do Homem padecer muitas coisas, ser rejeitado pelos anciãos e pelos sumos sacerdotes e pelos Escribas, e ser morto, e ao terceiro dia (depois de três dias) ressuscitar!»

E dizia a palavra abertamente.

Repreensão de Pedro

| Mt 16, 22-23 | Mc 8, 32b-33 |

E, tomando-o à parte, Pedro começou a repreendê-lo, dizendo: «Tem compaixão de ti, Senhor: isso não será para ti!»

Mas ele, virando-se e vendo os seus discípulos, repreendeu Pedro, e disse (diz) a Pedro: «Para trás de mim, Satanás! És um escândalo para mim; porque não compreendes as coisas de Deus, mas as dos homens!»

Condições para seguir Jesus

| Mt 16, 24-28 | Mc 8, 34-38; 9, 1 | Lc 9, 23-27 |

E então Jesus, chamando a multidão com os seus discípulos, disse aos seus discípulos (disse-lhes) [e] dizia, porém, a todos:

«Se alguém quer vir (seguir) após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz cada dia, e siga-me.

Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, esse salvá-la-á: encontrá-la-á.

Pois que aproveitará ao homem, se ganhar o mundo inteiro, arruinar, porém, a sua alma (pois que aproveita o homem ganhar o mundo inteiro e arruinar a sua alma)? Pois que aproveita ao homem, ganhando o mundo inteiro, porém, perdendo-se ou arruinando-se? Ou que dá (dará), pois, o homem em troca da sua alma?

Porque quem se envergonhar de mim e das minhas palavras, nesta geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na sua glória e do seu Pai e dos santos anjos, com os santos anjos.

Porque o Filho do Homem virá na glória do seu Pai, com os seus anjos; e então retribuirá a cada um segundo as suas obras».

E dizia-lhes: «Amém, digo-vos, verdadeiramente, que estão aqui presentes alguns que não provarão a morte até que vejam o Reino de Deus vindo com poder [e] o Filho do Homem vindo no seu Reino».

Transfiguração de Jesus

| Mt 17, 1-9 | Mc 9, 2-10 | Lc 9, 28-36 |

E aconteceu porém que, seis dias (cerca de oito dias) depois destas palavras, Jesus tomou Pedro, Tiago e João, seu irmão, e (tendo tomado Pedro, João e Tiago) conduziu-os e subiu a um alto monte, consigo, a sós, para orar.

E enquanto ele orava, a aparência do seu rosto tornou-se outra e a sua roupa, branca, refulgente: Ele transfigurou-se diante deles e o seu rosto resplandeceu como o sol; e as suas roupas, porém, tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas, como a luz, como nenhum lavadeiro sobre a terra as pode tornar tão brancas.

E eis que lhes apareceram Moisés e Elias (Elias com Moisés), e estavam a falar com Jesus (com ele): dois varões falavam com ele, que eram Moisés e Elias, os quais, tendo aparecido em glória, falavam da saída dele, que estava para cumprir-se em Jerusalém.

Pedro, porém, e os que estavam com ele estavam acabrunhados pelo sono. Despertando, porém, viram a sua glória e os dois varões que estavam de pé com ele.

E aconteceu que, quando se afastavam dele, Pedro, porém, respondendo, disse (diz) a Jesus: «Rabbi (Chefe), Senhor, é bom nós estarmos aqui; e façamos três tendas! Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias»; não sabendo o que dizia. (Pois não sabia que responder, porque estavam atemorizados.)

E ainda ele falava, dizendo, porém, ele estas coisas, eis que se fez uma nuvem luminosa e cobriu (cobria)-os (cobrindo-os); e atemorizaram-se, porém, entrando eles na nuvem. E eis que da nuvem se fez uma voz, dizendo: «Este é o meu Filho amado, o eleito, no qual me agradei. Ouvi-o». E os discípulos, ouvindo, caíram com a sua face por terra e tiveram grande medo.

E, tendo soado aquela voz, Jesus encontrou-se só. E Jesus aproximou-se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais!» Erguendo, porém, os seus olhos, e, de repente, tendo olhado em redor, não viram mais ninguém, senão (mas) o próprio Jesus só com eles.

E enquanto eles desciam do monte, Jesus ordenou-lhes que a ninguém narrassem o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos, dizendo: «A ninguém digais a visão, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos!» E eles calaram-se e não disseram a ninguém, naqueles dias, nada do que tinham visto. E guardaram a palavra consigo, perguntando uns aos outros o que é o «ressuscitar dos mortos».

Discussão sobre a volta de Elias

| Mt 17, 10-13 | Mc 9, 11-13 |

E os discípulos interrogaram (interrogavam)-no, dizendo: «Porque dizem, pois, os Escribas que é necessário Elias vir primeiro?»

Mas ele, respondendo, disse (afirmou)-lhes: «Elias virá, pois, e restaurará todas as coisas. (Elias, pois, vindo primeiro, restaura todas as coisas.) E, como está escrito do Filho do Homem, que padecerá muito e será desprezado... Mas digo-vos, porém, que também Elias já veio e não o reconheceram; mas fizeram nele (e fizeram-lhe) tudo o que quiseram (queriam), como está escrito dele. Assim também o Filho do Homem padecerá deles».

Então os discípulos entenderam que lhes falava de João Batista.

Cura de um epilético

| Mt 17, 14-21 | Mc 9, 14-29 | Lc 9, 37-43a |

Aconteceu porém que, no dia seguinte, descendo eles do monte, veio-lhe ao encontro uma grande multidão. E vindo até junto dos discípulos, viram uma grande multidão ao redor deles e Escribas a discutirem com eles. E logo toda a multidão, vendo-o, ficou surpreendida; e, correndo até junto dele, saudavam-no.

E [Jesus] interrogou-os: «Que discutíeis com eles?»

E eis que, tendo eles vindo para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, um varão da multidão, ajoelhando-se diante dele; e exclamou e respondeu-lhe, dizendo: «Mestre, trouxe o meu filho a ti, tendo ele um espírito mudo. Mestre, peço-te: olha para o meu filho, pois é o único que tenho! E eis que um espírito agarra-o, e, onde quer que o agarra, grita de repente, e lança-o por terra, e espuma e convulsiona-o com espuma, e range os dentes, e vai-se mirrando, e dificilmente o larga, tendo-o dilacerado... Senhor, tem piedade do meu filho, porque é lunático e sofre muito, pois frequentemente cai no fogo e frequentemente na água!... E trouxe-o aos teus discípulos; e disse aos teus discípulos, e roguei aos teus discípulos que o expulsassem... e não conseguiram: não puderam curá-lo!...»

Respondendo, porém, Jesus disse (diz)-lhes: «Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei entre vós, convosco, e até quando vos suportarei? Traz aqui o teu filho; trazei-mo aqui (a mim)».

E trouxeram-no até junto dele. Aproximando-se ele, porém, e vendo-o, o demónio (o espírito) agitou-o e convulsionou-o imediatamente; e, caindo por terra, revolvia-se espumando.

E [Jesus] interrogou o pai dele: «Há quanto tempo lhe acontece isto?» Mas ele disse: «Desde a infância... E muitas vezes o lançou no fogo e na água, para o destruir. Mas, se podes alguma coisa, ajuda-nos, tendo compaixão de nós!...»

Jesus, porém, disse-lhe: «Se podes?! Tudo é possível ao que acredita!» Imediatamente, o pai do menino, clamando, dizia: «Acredito! Ajuda a minha incredulidade!»

E Jesus, vendo, porém, que a multidão, correndo, se aglomerava, repreendeu, porém, o espírito imundo, dizendo-lhe: «Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele».

E gritando e agitando-o muito, saiu dele o demónio; e ficou o menino como morto, de modo que muitos diziam que «Morreu!». Jesus, porém, tomando a mão dele, ergueu-o e levantou-o; e curou o menino, e entregou-o ao pai dele. E o menino foi curado desde aquela hora.

Todos, porém, se maravilhavam com a grandeza de Deus.

E tendo ele entrado em casa, então, aproximando-se de Jesus os discípulos dele, à parte, interrogavam-no [e] disseram: «Por que motivo (porque) não pudemos nós expulsá-lo?»

Ele, porém, diz-lhes: «Por causa da vossa pouca fé! Pois, amém, digo-vos: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: 'Passa daqui para acolá'; e ele passará e nada vos será impossível».

E disse-lhes: «Esta raça não pode sair com nada, a não ser com oração!»

Segundo anúncio da paixão

| Mc 17, 22-23 | Mc 9, 30-32 | Lc 9, 43b-45 |

E tendo partido dali, atravessavam a Galileia; e não queria que ninguém o soubesse.

Encontrando-se eles, porém, na Galileia, admirando-se todos de tudo o que fazia, ensinava, pois, os seus discípulos, e disse (dizia)-lhes Jesus (aos seus discípulos) que «Ponde vós nos vossos ouvidos estas palavras: pois o Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens (o Filho do Homem é entregue nas mãos dos homens); e matá-lo-ão; e, morto ele, ao terceiro dia (depois de três dias) ressuscitará!»

Eles, porém, não entendiam esta palavra, e era encoberta perante eles, para que não a compreendessem; e temiam interrogá-lo acerca desta palavra. E entristeceram-se muito.

O imposto para o templo a pagar por Pedro

| Mt 17, 24-27 |

Tendo vindo eles, porém, a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que recebiam as didracmas, e disseram: «O vosso mestre não paga as didracmas?» Diz [Pedro]: «Sim...»

E entrando [Pedro] em casa, Jesus antecipou-se-lhe, dizendo: «Que te parece, Simão? Os reis da terra de quem recebem tributo ou imposto? Dos seus filhos ou dos alheios?» Respondendo, porém: «Dos alheios...», afirmou-lhe Jesus: «Portanto, estão livres os filhos. Mas, para que não os escandalizemos, indo ao mar, lança o anzol e toma o primeiro peixe que subir e, abrindo a boca dele, encontrarás um estáter: Tomando-o, dá-lho por mim e por ti».

O maior no Reino dos Céus

| Mt 18, 1-5 | Mc 9, 33-37 | Lc 9, 46-48 |

Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus, dizendo: «Quem é o maior no Reino dos Céus?» Entrou, porém, uma discussão entre eles: qual deles seria o maior.

E vieram a Cafarnaum.

E estando em casa, interrogava-os: «Que discutíeis pelo caminho?» Mas eles calaram-se, porque pelo caminho tinham discutido entre si quem era o maior.

Mas Jesus, sabendo o pensamento do coração deles, e sentando-se, chamou os Doze e diz-lhes: «Se alguém quer ser o primeiro, será o último de todos e o servo de todos!»

E chamando, agarrando e tomando um menino, colocou-o no meio deles, junto de si; e, tendo-o abraçado, disse-lhes: «Amém, digo-vos: Se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. Portanto, quem se tornar humilde como este menino, esse é o maior no Reino dos Céus.

E todo o que receber este menino, um menino tal como este, um destes meninos... em meu nome, a mim recebe; e todo o que me receber, não me recebe, mas recebe aquele que me enviou: pois aquele que é o menor entre todos vós, esse é grande».

Uso do nome de Jesus

| Mc 9, 38-41 | Lc 9, 49-50 |

Respondendo, porém, disse (afirmou)-lhe João: «Mestre (Chefe), vimos um a expulsar demónios em teu nome, e proibimo-lo, porque não nos seguia (não segue connosco)».

Disse, porém, Jesus para ele: «Não o proibais; porque ninguém existe que faça um milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim; pois quem não é contra nós, é por nós. (Pois quem não é contra vós, é por vós.)

Pois qualquer um que vos der a beber um copo de água em nome de porque sois de Cristo, amém, digo-vos que não perderá a sua recompensa».

Evitar o escândalo

| Mt 18, 6-9 | Mc 9, 42-48 |

«E qualquer um, porém, que escandalizar um destes pequeninos que acreditam em mim, mais lhe vale — é melhor para ele — que se dependure, que se ate em volta, uma mó de jumento no pescoço dele, e que seja atirado ao mar e submergido no fundo do mar!

Ai do mundo, por causa dos escândalos! Pois é necessário que venham os escândalos; mas ai do homem por quem o escândalo vem!

Se, porém, a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e lança-o para longe de ti: é melhor para ti entrar na vida aleijado ou coxo, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno.

E se a tua mão te escandalizar, corta-a: é melhor para ti entrares na vida aleijado, do que, tendo duas mãos, ires para a Geena, para o fogo eterno!

E se o teu pé te escandalizar, corta-o: é melhor para ti entrares coxo na vida, do que, tendo dois pés, seres lançado na Geena!

E se o teu olho te escandalizar, arranca-o e lança-o fora para longe de ti: é melhor para ti entrares na vida com um só olho, no Reino de Deus, do que, tendo dois olhos, seres lançado na Geena do fogo; onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga!»

Parábola do sal

| Mc 9, 49-50 |

«Porque todo [o homem] será salgado com fogo.

Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insosso, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e estai em paz uns com os outros».

Parábola da ovelha perdida e encontrada

| Mt 18, 10-14 |

«Vede: não desprezeis um destes pequeninos; pois digo-vos que os seus anjos nos Céus veem sempre a face do meu Pai, que está nos Céus.

Que vos parece?

Se algum homem tiver cem ovelhas, e se extraviar uma delas, não deixará as noventa e nove nos montes e, indo, procura a que se extraviou? E se acontecer encontrá-la, amém, digo-vos que se alegrará mais por ela do que pelas noventa e nove que não se extraviaram.

Assim, não é vontade, diante do vosso Pai que está nos Céus, que pereça um destes pequeninos».

Correção fraterna

| Mt 18, 15-18 |

«Se o teu irmão, porém, pecar {contra ti}, vai, repreende-o entre ti e ele só. Se te ouvir, terás ganho o teu irmão.

Mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas seja confirmada toda a palavra.

Se não os ouvir, diz à Igreja; e, se também não ouvir a Igreja, seja para ti como gentio e publicano.

Amém, digo-vos: Tudo quanto ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo quanto desligardes na terra será desligado no Céu».

Poder da oração em comum

| Mt 18, 19-20 |

«Novamente {amém} digo-vos que se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, lhes será feito pelo meu Pai, que está nos Céus. Pois onde estão dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles».

Perdão das ofensas pessoais

| Mt 18, 21-22 |

Então Pedro, aproximando-se, disse-lhe: «Senhor, quantas vezes pecará o meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes?»

Diz-lhe Jesus: «Não te digo até sete vezes; mas até setenta vezes sete!»

Parábola do devedor impiedoso

| Mt 18, 23-35 |

«Por isso, o Reino dos Céus é comparado a um homem rei que quis fazer contas com os seus servos.

Tendo começado, porém, a fazer contas, foi-lhe apresentado um que [lhe] devia dez mil talentos; mas não tendo ele donde pagar, o senhor ordenou que ele fosse vendido e a mulher e os filhos e tudo, e que se pagasse.

Prostrando-se, pois, aquele servo reverenciava-o, dizendo: 'Tem paciência comigo e tudo te pagarei!' Compadecido, porém, o senhor daquele servo soltou-o e perdoou-lhe a dívida.

Saindo, porém, aquele servo encontrou um dos seus companheiros, que lhe devia cem denários; e, segurando-o, sufocava-o, dizendo: 'Paga o que [me] deves!...' Prostrando-se, pois, o seu companheiro rogava-lhe, dizendo: 'Tem paciência comigo, e pagar-te-ei!' Ele, porém, não quis; mas, tendo ido, meteu-o na prisão, até que pagasse a dívida.

Vendo, pois, os seus companheiros o que acontecera, entristeceram-se muito e, vindo, narraram ao seu senhor tudo o que tinha acontecido.

Então o seu senhor, chamando-o, diz-lhe: 'Servo mau, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, assim como eu tive compaixão de ti?'

E, irritado, o seu senhor entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que [lhe] devia.

Assim também o meu Pai celeste vos fará, se não perdoardes cada um ao seu irmão, desde os vossos corações».

Jesus parte da Galileia para a Judeia e para além do Jordão

| Mt 19, 1-2 | Mc 10, 1 |

E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, e levantando-se dali, partiu da Galileia e veio (vem) para os territórios da Judeia, {e} além do Jordão.

E reuniram-se novamente as multidões junto dele, e seguiram-no muitas multidões; e, como tinha por costume, ensinava-os novamente; e curou-os ali.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 


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