Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!
 
Concordância / Harmonia dos quatro Evangelhos (11)

Paixão de Jesus

Agonia no Jardim do Getsémani

| Mt 26, 36-46 | Mc 14, 32-42 | Lc 22, 40-46 | Jo 18, 1-2 |

Então, tendo dito isto, Jesus saiu com os seus discípulos, vem Jesus com eles e vêm a uma propriedade chamada (cujo nome é) Getsémani, do outro lado da torrente do Cédron, onde havia um jardim, no qual entrou ele e os seus discípulos. Judas, porém, que o traía, também conhecia o lugar, porque muitas vezes Jesus tinha vindo ali com os seus discípulos.

E [Jesus] diz aos seus discípulos: «Sentai-vos aqui, enquanto, indo ali, oro».

E toma Pedro e Tiago e João consigo e (tendo tomado Pedro e os dois filhos de Zebedeu) começou a ter pavor, a entristecer-se e a angustiar-se.

E quando, porém, chegou ao lugar, então disse (diz)-lhes: «A minha alma está triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Orai, para que não entreis em tentação».

E avançando um pouco, ele afastou-se deles cerca de um tiro de pedra e, dobrando os joelhos, prostrou-se (prostrava-se) com o seu rosto por terra e orava, orando para que, se fosse possível, passasse dele a hora. E dizia, dizendo: «Abba, Pai meu, tudo te é possível! Se queres, afasta de mim este cálice!... Se é possível, passe de mim este cálice!... Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres... Mas não o que eu quero, mas o que tu [queres]... Todavia, não [se faça] a minha vontade, mas a tua».

E vem junto dos discípulos, e encontra-os a dormir; e diz a Pedro: «Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora? Assim, não pudestes vigiar uma hora comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca».

E, novamente, afastando-se pela segunda vez, orou, dizendo a mesma palavra; dizendo: «Pai meu, se isto não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!»

E, vindo outra vez, encontrou-os a dormir, porque os seus olhos estavam pesados (carregados) e não sabiam que lhe responder.

E deixando-os, indo novamente, orou pela terceira vez, dizendo, novamente, a mesma palavra.

— {Apareceu-lhe, porém, um anjo do Céu, confortando-o.

E, posto em agonia, orava mais intensamente; e tornou-se o seu suor como gotas de sangue, caindo para a terra.}

E tendo-se levantado da oração, tendo vindo junto dos discípulos, encontrou-os a dormir de tristeza; e disse-lhes: «Porque dormis? Levantando-vos, orai, para que não entreis em tentação!» —

E então, vem pela terceira vez junto dos discípulos e diz-lhes: «Dormi agora e descansai.

Basta: chegou a hora! Eis que se aproxima a hora, e o Filho do Homem é entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos! Vamos! Eis que se aproxima o que me trai!»

Prisão de Jesus

| Mt 26, 47-56 | Mc 14, 43-52 | Lc 22, 47-53 | Jo 18, 3-11 |

E logo, enquanto ele ainda falava, eis uma multidão, e o chamado Judas, um dos Doze, antecedia-os. Chega Judas, um dos Doze: veio, e com ele grande multidão, com espadas e varapaus, [enviados] pelos sumos sacerdotes, pelos Escribas e pelos anciãos do povo. Judas, pois, tendo recebido a escolta e guardas dos sumos sacerdotes e dos Fariseus, vem ali com lanternas e archotes e armas.

O traidor dele, porém, dera uma indicação, deu-lhes um sinal, dizendo: «Aquele que eu beijar, é esse; prendei-o e levai-o cuidadosamente». E aproximou-se de Jesus para o beijar.

E tendo vindo logo e tendo-se aproximado imediatamente dele (de Jesus), disse (diz): «Ave [= Alegra-te], Rabbi!» E beijou-o.

Jesus, porém, disse-lhe: «Amigo, ao que vieste! Judas, com um beijo, trais o Filho do Homem!...»

Jesus, pois, sabendo tudo o que viria sobre ele, saiu e diz-lhes: «Quem procurais?» Responderam-lhe: «Jesus, o nazareno». Diz-lhes [Jesus]: «Sou eu». (Estava, porém, também com eles, Judas, que o traía.) Quando, pois, lhes disse: «Sou eu», recuaram e caíram por terra.

Interrogou-os, pois, novamente: «Quem procurais?» Eles, porém, disseram: «Jesus, o nazareno». Respondeu Jesus: «Disse-vos que sou eu! Se, pois, me procurais, deixai ir estes»; para que se cumprisse a palavra que disse, que «dos que me deste, não perdi nenhum deles».

Então, aproximando-se, eles, porém, lançaram as mãos nele (sobre Jesus) e prenderam-no.

Vendo, porém, os que estavam em volta dele o que ia suceder, disseram: «Senhor, se ferimos à espada?...»

E eis que um, porém, um deles, dos circunstantes que estavam com Jesus, estendendo a mão, desembainhou a sua espada e, desembainhando a espada, feriu (ferindo) o servo do sumo sacerdote e tirou-lhe a orelha direita: Simão Pedro, pois, tendo uma espada, desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha direita. O nome do servo, porém, era Malco.

Respondendo, porém, Jesus disse: «Deixai até aqui!» E, tocando a orelha, curou-o.

Então, disse, pois, Jesus a Pedro (diz-lhe): «Remete a tua espada no lugar dela: mete a espada na bainha; porque todos os que tomarem espada, pela espada perecerão. Não beberei o cálice que o Pai me deu? Ou pensas que eu não posso rogar ao meu Pai; e ele me mandaria, agora, mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que assim é necessário acontecer?»

E naquela hora, respondendo, disse, porém, Jesus às multidões, aos que tinham ido contra ele: sumos sacerdotes, oficiais do templo e anciãos (disse-lhes): «Como contra um ladrão, saístes com espadas e varapaus prender-me! Todos os dias estava (estando eu) convosco, entre vós: estava sentado no templo, ensinando... Não estendestes as mãos contra mim e não me prendestes! Mas esta é a vossa hora e o poder das trevas. Mas para que se cumpram as Escrituras!» Tudo isto aconteceu, porém, para que se cumpram as Escrituras dos Profetas.

E então todos os discípulos, deixando-o, fugiram todos.

E certo jovem seguia-o, envolto num lençol sobre o [corpo] nu; e agarraram-no. Mas ele, largando o lençol, fugiu nu.

Jesus perante Anás e primeira negação de Pedro

| Mt 26, 58 | Mc 14, 54 | Lc 22, 54-55 | Jo 18, 12-24 |

A escolta, pois, e o tribuno e os guardas dos Judeus apoderaram-se de Jesus e ligaram-no.

Tendo-se apoderado dele, porém, conduziram-no e introduziram-no na casa do sumo sacerdote.

E levaram-no a Anás, primeiramente, porque era sogro de Caifás, que era sumo sacerdote daquele ano. (Caifás, porém, era quem aconselhara aos Judeus que «é melhor um homem morrer pelo povo».)

Simão Pedro e outro discípulo seguiam, porém, Jesus; e Pedro, porém, ao longe, seguia (seguiu)-o até dentro do átrio (até ao átrio) do sumo sacerdote. Aquele discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no átrio do sumo sacerdote. Pedro, porém, estava de fora, à porta. Saiu, pois, o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e disse à porteira, e introduziu Pedro. Diz, pois, a Pedro a criada porteira: «Também tu és dos discípulos desse homem?» Diz ele: «Não sou».

Estavam, porém, ali os servos e os guardas, que tinham feito brasas, porque estava frio, e aqueciam-se; estava, também, com eles Pedro e aquecendo-se. Tendo, porém, acendido fogo no meio do átrio e estando eles sentados em volta; e tendo entrado dentro, Pedro sentava-se: estava sentado com os guardas, no meio deles, e aquecendo-se ao lume, para ver o fim.

O sumo sacerdote interrogou, pois, Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Respondeu-lhe Jesus: «Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os Judeus se reúnem, e nada falei oculto. Porque me interrogas? Interroga os que ouviram o que lhes falei; eis que eles sabem o que eu disse».

E, tendo ele dito isto, um dos guardas que assistiam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: «Assim, respondes ao sumo sacerdote?» Respondeu-lhe Jesus: «Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, porque me feres?»

Anás enviou-o, pois, ligado, a Caifás, o sumo sacerdote.

Jesus perante Caifás

| Mt 26, (57.)59-66 | Mc 14, (53.)55-64 | Jo 18, 24 |

E eles, porém, tendo prendido Jesus, conduziram-no a Caifás, o sumo sacerdote; e reúnem-se todos os sumos sacerdotes e os anciãos e os Escribas (onde os Escribas e os anciãos se tinham reunido).

Os sumos sacerdotes, porém, e todo o sinédrio procuravam falso testemunho contra Jesus, [para verem] como o matariam, para o matarem; e não encontraram (não encontravam). Muitos, pois, diziam falso testemunho contra ele, e a concordância dos testemunhos não existia, apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas.

E alguns, levantando-se, diziam falso testemunho contra ele, dizendo que «Nós ouvimo-lo a dizer que 'Eu destruirei este templo, feito à mão, e em três dias edificarei outro, não feito à mão'». Por fim, porém, vindo dois, disseram: «Este afirmou: 'Posso destruir o templo de Deus e depois de três dias edificá-lo'». E nem assim concordava o testemunho deles.

E tendo-se levantado o sumo sacerdote, no meio, interrogou Jesus; disse-lhe, dizendo: «Não respondes nada? Que testemunham estes conta ti?» Jesus, porém, calava-se e não respondeu nada.

E, novamente, o sumo sacerdote interrogava-o e disse (diz)-lhe: «Adjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus bendito!»

Jesus, porém, disse (diz)-lhe: «Tu o disseste: Eu sou. E, contudo, vos digo: Desde agora, vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu (com as nuvens do céu)».

Então, o sumo sacerdote rasgou as suas roupas. O sumo sacerdote, porém, rasgando as suas túnicas, diz, dizendo: «Blasfemou! Para que necessitamos ainda de testemunhas? Eis que agora ouvistes a blasfémia. Que pensais? (Que vos parece?)»

Eles, porém, respondendo, disseram: «É réu de morte!» Eles, porém, todos o condenaram como sendo réu de morte.

Ultrajes a Jesus

| Mt 26, 67-68 | Mc 14, 65 |

E então, cuspiram no rosto dele e feriram-no com punhadas; outros, porém, esbofetearam-no: Começaram alguns a cuspir nele, a cobrir o rosto dele e a dar-lhe punhadas, e a dizer-lhe, dizendo: «Profetiza-nos, Cristo: Quem é que te bateu?» E os guardas davam-lhe bofetadas.

Continuação das negações de Pedro

| Mt 26, 69-75 | Mc 14, 66-72 | Lc 22, 56-62 | Jo 18, 25-27 |

Pedro, porém, estava sentado fora, no átrio.

E estando Pedro embaixo, no átrio, vem e aproximou-se dele uma (certa) criada, uma das criadas do sumo sacerdote. E vendo Pedro aquecendo-se, vendo-o, porém, sentado ao lume, e fixando-o, olhando-o, disse (diz), dizendo: «Também tu estavas com Jesus, o nazareno, o galileu! (Também este estava com ele!)» Mas ele negou diante de todos, dizendo: «Não o conheço, mulher! Nem conheço, nem sei o que tu dizes!»

E saiu para fora, para o vestíbulo do átrio, {e um galo cantou}.

E a criada, vendo-o, começou novamente a dizer aos que ali estavam que «Este é deles!»

Saindo ele, porém, para a porta, outra [criada] viu-o e diz aos que estavam ali: «Este estava com Jesus, o nazareno!»

E pouco depois, estava, porém, Simão Pedro de pé e aquecendo-se. Disseram-lhe, pois: «Porventura, também tu és dos seus discípulos?» Outro, vendo-o, afirmou: «Também tu és deles!»

E Pedro, porém, negou (negava) (ele) outra vez, com juramento, e disse (afirmou) que «Homem, não sou! Não conheço o homem!»

E pouco depois, novamente, porém, tendo passado cerca de uma hora, aproximando-se, os que estavam presentes, os assistentes, disseram (diziam) a Pedro: «Verdadeiramente, tu também és deles, pois também és galileu, pois também a tua fala te torna manifesto!» Outro afirmava, dizendo: «Na verdade, também este estava com ele, pois também é galileu!» Diz um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortou a orelha: «Não te vi eu no jardim com ele?»

Pedro negou, pois, outra vez. Disse, porém, Pedro: «Homem, não sei o que dizes!...» Então ele, porém, começou a maldizer e a jurar que «Não conheço esse homem de quem falais!»

E imediatamente, estando ele ainda a falar, seguidamente (logo) o galo cantou novamente.

E virando-se, o Senhor olhou para Pedro; e Pedro lembrou-se (recordou-se) da palavra do Senhor Jesus (que dissera), como lhe tinha dito Jesus, que «Antes que o galo cante, hoje, duas vezes, três vezes me negarás».

E começou a chorar, e, saindo para fora, chorou amargamente.

Continuação dos ultrajes a Jesus

| Lc 22, 63-65 |

E os varões que o guardavam escarneciam dele, batendo-lhe; e, cobrindo-o com um véu, interrogavam, dizendo: «Profetiza: Quem é que te bateu?» E, blasfemando, diziam muitas outras coisas contra ele.

Jesus condenado pelo Sinédrio e entregue a Pilatos

| Mt 27, 1-2 | Mc 15, 1 | Lc 22, 66-71; 23, 1 | Jo 18, 28 |

E quando se fez dia, e logo chegada a manhã, porém, juntaram-se os anciãos do povo, os sumos sacerdotes e os escribas, e conduziram-no ao Sinédrio deles.

Formaram conselho, fazendo-o todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo, com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio, contra Jesus, para o matarem; dizendo: «Se tu és o Cristo, diz-nos».

[Jesus] disse-lhes, porém: «Se vos disser, não acreditareis; se, porém, vos interrogar, não me respondereis. Mas, desde agora, o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus».

Disseram, porém, todos: «Tu és, pois, o Filho de Deus?» Ele, porém, afirmou para eles: «Vós dizeis que eu sou».

Mas eles disseram: «De que mais testemunho necessitamos ainda? Pois nós mesmos o ouvimos da boca dele!»

E levantando-se toda a multidão deles, levaram-no junto de Pilatos: manietando Jesus, conduziram-no e levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o governador.

Suicídio de Judas

| Mt 27, 3-10 | (At 1, 18-19) |

Então Judas, aquele que o traíra, vendo que [Jesus] fora condenado, arrependido, levou as trinta [moedas] de prata aos sumos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: «Pequei, entregando sangue inocente». Mas eles disseram: «Que [nos importa] a nós? Tu, visses!»

E tendo atirado as [moedas] de prata para o templo, retirou-se e, tendo ido, dependurou-se de um laço.

Os sumos sacerdotes, porém, tomando as [moedas] de prata, disseram: «Não é lícito metê-las no Tesouro, porque é preço de sangue».

E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo do oleiro, para sepultura dos estrangeiros. Por isso, foi chamado aquele campo Campo de Sangue, até ao dia de hoje.

Então, cumpriu-se o que foi dito pelo profeta Jeremias, dizendo: «E tomaram as trinta [moedas] de prata, preço do avaliado, que filhos de Israel avaliaram, e deram-nas pelo campo do oleiro, assim como me ordenou o Senhor».

Este, pois, adquiriu um campo com o salário da iniquidade. E precipitando-se para a frente, rebentou pelo meio e derramaram-se todas as suas entranhas.

E tornou-se tão conhecido por todos os habitantes de Jerusalém, que aquele campo, na própria língua deles, se chama Acéldama, isto é: Campo de Sangue.

Jesus perante Pilatos

| Mt 27, 11-14 | Mc 15, 2-5 | Lc 23, 2-7 | Jo 18, 28-38 |

Levam, pois, Jesus de Caifás ao Pretório. Era, porém, de manhã; e eles não entraram no Pretório, para não se contaminarem, mas para comerem a Páscoa. Jesus, porém, ficou em pé, diante do governador.

Pilatos saiu fora, pois, até junto deles, e diz: «Que acusação trazeis contra este homem?» Responderam e disseram-lhe: «Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos!»

Disse-lhes, então, Pilatos: «Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei». Disseram-lhe os Judeus: «A nós não é lícito matar ninguém». (Para que se cumprisse a palavra de Jesus, que disse, significando de que morte havia de morrer.)

Começaram, porém, a acusá-lo, dizendo: «Encontrámos este, subvertendo a nossa nação e proibindo dar o tributo a César, e dizendo ser Cristo, rei».

Pilatos entrou, pois, novamente no Pretório e chamou Jesus. E Pilatos, porém, o governador, interrogou-o e disse-lhe, dizendo: «Tu és o rei dos Judeus?» Respondeu Jesus: «Tu dizes isto de ti mesmo, ou outros to disseram de mim?» Respondeu Pilatos: «Porventura sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?»

Respondeu Jesus: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos combateriam para que eu não fosse entregue aos Judeus; agora, porém, o meu reino não é daqui».

Disse-lhe, pois, Pilatos: «Então, tu és rei?»

Respondeu Jesus (o qual, porém, respondendo-lhe, afirmou (diz)): «Tu dizes que eu sou rei. Eu para isto nasci, e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo o que é da verdade ouve a minha voz». Diz-lhe Pilatos: «Que é verdade?...»

E tendo dito isto, saiu novamente até junto dos Judeus. E Pilatos, porém, disse aos sumos sacerdotes e às multidões (diz-lhes): «Não encontro nenhuma culpa neste homem. (Eu não encontro nele nenhuma culpa.)»

E os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas; e ao ser ele acusado pelos sumos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Então, Pilatos, porém, interrogava-o novamente; diz-lhe Pilatos, dizendo: «Não ouves quanto testemunham contra ti? Não respondes nada? Vê de quantas coisas te acusam!» Jesus, porém, nada mais respondeu, e não lhe respondeu nem uma palavra, de maneira que se admirava muito Pilatos, o governador.

Eles, porém, insistiam ainda mais, dizendo que «Subleva o povo, ensinando por toda a Judeia, e começando desde a Galileia até aqui».

Pilatos, porém, ouvindo, perguntou se o homem era galileu; e, quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também estava em Jerusalém naqueles dias.

Jesus perante Herodes

| Lc 23, 8-12 |

Quando Herodes, porém, viu Jesus, alegrou-se muito; pois há muito tempo estava desejoso de o ver, por ter ouvido falar dele, e esperava ver algum sinal feito por ele. Interrogava-o, porém, com muitas palavras; mas ele nada lhe respondia.

Estavam, porém, os sumos sacerdotes e os Escribas, acusando-o com veemência.

Herodes, porém, desprezando-o com os seus soldados, e escarnecendo, vestindo-o com uma roupa esplêndida, remeteu-o a Pilatos.

Nesse mesmo dia, Herodes e Pilatos tornaram-se, porém, amigos entre si; pois antes eram inimigos um do outro.

Jesus e Barrabás

| Mt 27, 15-23 | Mc 15, 6-14 | Lc 23, 13-23 | Jo 18, 39-40 |

Pilatos, porém, tendo convocado os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, disse para eles: «Trouxestes-me este homem como subvertendo o povo; e eis que eu, interrogando-o diante de vós, não encontrei neste homem nenhuma culpa das de que o acusais; mas nem Herodes, pois no-lo reenviou. E eis que nada digno de morte foi feito por ele. Tendo-o emendado, pois, soltá-lo-ei».

Pela festa, porém, costumava o governador soltar à multidão um preso que quisessem: soltava-lhes um preso que pedissem. Tinham, porém, então, um preso famoso, chamado Barrabás. Estava, porém, o chamado Barrabás preso com os sediciosos, os quais numa revolta tinham cometido um homicídio. E a multidão, subindo, começou a pedir, como lhes fazia.

Reunidos, pois, eles, Pilatos, porém, respondeu-lhes; disse-lhes Pilatos, dizendo: «É, porém, costume entre vós que vos solte um pela Páscoa. Quereis, pois, que vos solte o rei dos Judeus? Qual quereis que eu vos solte: Barrabás ou Jesus, chamado o Cristo?» Pois sabia (conhecia) que os sumos sacerdotes o tinham entregado por inveja.

— Estando, porém, ele sentado no tribunal, a sua mulher enviou [alguém] até ele, dizendo: «[Não haja] nada entre ti e esse justo, porque muito padeci hoje em sonho por causa dele». —

Mas os sumos sacerdotes e os anciãos incitaram a multidão, persuadiram as multidões, para que pedissem para que lhes soltasse antes Barrabás, mas que fizessem perecer Jesus.

Exclamou, porém, toda a multidão; clamaram, pois, novamente, dizendo: «Este não, mas Barrabás! Toma este; mas solta-nos Barrabás!» (Barrabás, porém, era um ladrão que fora lançado na prisão por causa de determinada sedição feita na cidade e de um homicídio!)

Respondendo, porém, o governador disse-lhes: «Qual dos dois quereis que vos solte?» Mas eles disseram: «Barrabás!»

Pilatos, porém, respondendo novamente, falou-lhes, querendo soltar Jesus. Dizia (diz)-lhes Pilatos: «Que {quereis}, pois, que faça de Jesus, chamado o Cristo, {que chamais} o rei dos Judeus?» Mas eles, novamente, clamaram (gritavam). Dizem todos, dizendo: «Crucifica! Crucifica-o! (Seja crucificado!)»

Pilatos, porém, pela terceira vez, disse (afirmou) para eles (dizia-lhes): «Pois que mal fez ele? Não encontrei nele nenhuma culpa de morte! Tendo-o emendado, pois, soltá-lo-ei». Mas eles instavam em altas vozes, pedindo que fosse crucificado, e recrudesciam as vozes deles. Mas eles mais clamavam (clamaram), dizendo: «Crucifica-o!! (Seja crucificado!)»

Condenação de Jesus

| Mt 27, 24-26 | Mc 15, 15 | Lc 23, 24-25 |

Vendo, porém, Pilatos que nada aproveitava, mas que mais tumulto se fazia, tomando água, lavou as mãos perante a multidão, dizendo: «Eu sou inocente deste sangue; vós ides ver». E respondendo, todo o povo disse: «O seu sangue [caia] sobre nós e sobre os nossos filhos!...»

E então Pilatos, porém, querendo satisfazer o povo, sentenciou que se fizesse o pedido deles: libertou-lhes, porém, Barrabás, que fora lançado na prisão por causa de sedição e de homicídio, quem eles pediam; e entregou, porém, Jesus à vontade deles, tendo-o flagelado, para ser crucificado!...

Flagelação de Jesus

| Jo 19, 1 |

Então, pois, Pilatos tomou Jesus e flagelou-o.

Coroação de espinhos

| Mt 27, 27-30 | Mc 15, 16-19 | Jo 19, 2-3 |

E então os soldados do governador, porém, tomando Jesus, levaram-no para dentro, para o átrio que é o Pretório; e, no Pretório, convocam (reuniram) contra ele toda a escolta.

E despindo-o, vestem-no de púrpura: envolveram-no com um manto púrpura — envolveram-no com uma capa escarlate. E tecendo uma coroa de espinhos, puseram-na sobre a cabeça dele (põem-lhe, tendo tecido, uma coroa de espinhos) e uma cana na [mão] direita dele. E vinham até ele e começaram a saudá-lo: ajoelhando-se diante dele, escarneciam-no e diziam, dizendo: «Ave [= Alegra-te], rei dos Judeus!» E cuspindo nele, tomaram a cana e batiam na cabeça dele com a cana, e davam-lhe bofetadas; e cuspiam-no e, dobrando os joelhos, adoravam-no.

Última tentativa de libertar Jesus e condenação à morte

| Jo 19, 4-16 |

E Pilatos saiu novamente fora, e diz-lhes: «Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não encontro nele causa de condenação».

Saiu, pois, Jesus, fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. E [Pilatos] diz-lhes: «Eis o homem!»

Quando o viram, pois, os sumos sacerdotes e os guardas clamaram, dizendo: «Crucifica! Crucifica!»

Diz-lhes Pilatos: «Tomai-o vós e crucificai; porque eu não encontro nele culpa». Responderam-lhe os Judeus: «Nós temos uma Lei, e segundo a Lei deve morrer, porque se fez Filho de Deus».

Quando, pois, ouviu esta palavra, Pilatos mais temeu. E entrou outra vez no Pretório, e diz a Jesus: «Donde és tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta.

Diz-lhe, pois, Pilatos: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para te soltar, e tenho poder para te crucificar?» Respondeu {-lhe} Jesus: «Não terias nenhum poder contra mim, se não te fosse dado do Alto; por isso quem me entregou a ti, tem maior pecado».

Desde então, Pilatos procurava soltá-lo; mas os Judeus clamavam, dizendo: «Se soltas este, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei contradiz César!»

Pilatos, pois, ouvindo estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou [-se] no tribunal, no lugar chamado Lithóstrotos [= Pavimento], em hebraico, porém, Gabbathá. Era, porém, a preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. E diz aos Judeus: «Eis o vosso rei!» Clamaram, pois, eles: «Toma, toma, crucifica-o!» Diz-lhes Pilatos: «Crucificarei o vosso rei?» Responderam os sumos sacerdotes: «Não temos rei, senão César».

Então, pois, entregou-lho para ser crucificado.

Jesus a caminho do Calvário

| Mt 27, 31-32 | Mc 15, 20-22 | Lc 23, 26-32 | Jo 19, 16b-17 |

Tomaram, pois, Jesus e, depois de o terem escarnecido, despiram-lhe a capa de púrpura e vestiram-no com as suas roupas.

E conduzem-no fora, para o crucificarem (levaram-no para ser crucificado). E carregando a sua cruz consigo, saiu para um lugar chamado do Calvário, que em hebraico se diz Gólgota.

Saindo eles, porém, e quando o levaram, encontraram um homem cireneu, de nome Simão. Requisitam, agarrando, certo Simão cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo. Requisitaram-no para carregar a cruz dele: impuseram-lhe a cruz, para a levar atrás de Jesus.

Seguia-o, porém, grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam.

Voltando-se, porém, para elas, Jesus disse: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; mas chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos. Porque eis que virão dias em que dirão: 'Bem-aventuradas as estéreis e os úteros que não geraram e os peitos que não amamentaram!' Então começarão a dizer aos montes: 'Caí sobre nós'; e às colinas: 'Cobri-nos'. Porque, se no lenho verde fazem isto, que se fará no seco?!»

Eram levados, porém, também outros dois malfeitores com ele, para serem executados.

E conduzem-no ao lugar do Gólgota, que traduzido é lugar do Crânio.

Crucifixão

| Mt 27, 33-43 | Mc 15, 23-32a | Lc 23, 33-38 | Jo 19, 18-24 |

E quando chegaram ao lugar chamado Crânio (chegando ao lugar chamado Gólgota, que é chamado lugar do Crânio), deram (davam)-lhe a beber vinho com mirra, misturado com fel; e, provando, não quis beber: ele, porém, não o tomou.

E aí o crucificaram (crucificam), (onde o crucificaram,) e, com ele, outros dois, os malfeitores, um à direita, outro porém à esquerda, um de cada lado; Jesus, porém, no meio. {Jesus, porém, dizia: «Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!...»}

Pilatos, porém, escreveu também um título e pôs sobre a cruz. Estava, porém, escrito: «Jesus, Nazareno, o rei dos Judeus».

Muitos dos Judeus leram, pois, este título; porque era próximo da cidade o lugar onde Jesus foi crucificado; e estava escrito em hebraico, latim e grego.

Diziam então a Pilatos os sumos sacerdotes dos Judeus: «Não escrevas: 'O rei dos Judeus'; mas que ele disse: 'Sou rei dos Judeus'». Respondeu Pilatos: «O que escrevi, escrevi!»

E os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tendo-o crucificado, dividiram (dividem) as roupas dele, lançando sorte sobre elas [para ver] o que cada um levaria (dividindo, porém, as roupas dele, lançaram sortes): tomaram as roupas dele e fizeram quatro partes, uma parte para cada soldado, e a túnica. A túnica, porém, não tinha costura, sendo tecida por toda, desde o alto. Disseram, pois, uns aos outros: «Não a rasguemos, mas lancemos sortes dela, [para ver] de quem será», para que se cumprisse a Escritura {que dizia}: «Dividiram as minhas roupas entre si e lançaram sortes sobre a minha túnica». Os soldados, pois, fizeram isto.

Era, porém, a hora terceira e crucificaram-no. E, sentados, guardavam-no ali.

E puseram sobre a cabeça dele a causa da condenação dele, escrita. E estava a inscrição da condenação dele inscrita: Este é «Jesus, o rei dos Judeus».

E então, com ele, crucificam dois ladrões (são crucificados com ele dois ladrões), um à direita e outro à esquerda dele.

E o povo estava olhando.

E os transeuntes, porém, blasfemavam dele, abanando as suas cabeças e dizendo: «Ah! Tu, que destróis o templo e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo, se és o Filho de Deus; {e} desce da cruz (descendo da cruz)!»

Igualmente, também os chefes escarneciam, porém. Os sumos sacerdotes, escarnecendo entre si com os Escribas e os anciãos, diziam, dizendo: «A outros salvou; a si mesmo não se pode salvar!... Salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o eleito de Deus! É o Cristo, rei de Israel; desça agora da cruz, para que vejamos e acreditemos, e acreditaremos nele! Confiou em Deus; que o livre agora, se o quer, porque ele disse que 'Sou Filho de Deus'!»

Os soldados, porém, também o escarneciam, aproximando-se, oferecendo-lhe vinagre e dizendo: «Se tu és o rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo!»

Estava, porém, também uma inscrição sobre ele: «O rei dos Judeus» é este.

Os dois ladrões

| Mt 27, 44 | Mc 15, 32b | Lc 23, 39-43 |

Do mesmo modo, porém, também os ladrões que tinham sido crucificados com ele, o ultrajavam.

Um dos malfeitores, porém, que estavam pendurados, blasfemava dele, dizendo: «Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós».

Respondendo, porém, o outro, repreendendo-o, afirmou: «Nem tu temes a Deus, que estás na mesma condenação? E nós, pois, com justiça, porque recebemos [castigos] dignos do que fizemos; mas este não fez nada de mal!»

E dizia: «Jesus, lembra-te de mim, quando vieres no teu reino». E [Jesus] disse-lhe: «Amém, digo-te: Hoje, estarás comigo no Paraíso».

Jesus e a sua mãe

| Jo 19, 25-27 |

Estavam, porém, de pé, junto à cruz de Jesus: a sua mãe, e a irmã da sua mãe, Maria, [mulher] de Cléofas, e Maria Madalena.

Jesus, pois, vendo a mãe, e o discípulo de pé, que ele amava, diz à mãe: «Mulher, eis o teu filho». Em seguida, diz ao discípulo: «Eis a tua mãe».

E desde aquela hora, o discípulo recebeu-a na sua [casa].

As trevas

| Mt 27, 45 | Mc 15, 33 | Lc 23, 44-45a |

E era já quase a hora sexta. E chegada a hora sexta — desde a sexta hora, porém —, fizeram-se trevas sobre (toda) a terra inteira, até à hora nona, eclipsando-se o sol.

Morte de Jesus

| Mt 27, 46-50 | Mc 15, 34-37 | Lc 23, 45b-46 | Jo 19, 28-30 |

E na nona hora — cerca da hora nona, porém —, Jesus exclamou (clamou) com voz forte, dizendo: «Eloi, Eloi (Eli, Eli), lema sabakhthani?» (Isto é — que traduzido é —: «Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?»)

E alguns, porém, dos circunstantes, dos que ali estavam, ouvindo, diziam que «Eis que ele chama por Elias!»

Depois disto, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, diz: «Tenho sede...»

Estava ali um vaso cheio de vinagre. E tendo eles fixado, pois, uma esponja cheia de vinagre a um hissopo, aproximaram-na da boca dele: Imediatamente, correndo, porém, um deles, e tomando uma esponja, enchendo (embebendo) a esponja com vinagre e fixando-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: «Deixai: vejamos se Elias vem depô-lo!» Os outros, porém, diziam: «Deixa: vejamos se Elias vem salvá-lo!»

Depois de ter tomado, pois, o vinagre, Jesus disse: «Está consumado...»

(Rasgou-se, porém, o véu do templo ao meio.) E Jesus, porém, novamente, clamando (exclamando) com grande voz (lançando um grande grito), disse: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!» Tendo, porém, dito isto e inclinando a cabeça, entregou (emitiu) o espírito: expirou.

Após a morte de Jesus

| Mt 27, 51-56 | Mc 15, 38-41 | Lc 23, (45b.)47-49 |

E eis que o véu do templo se rasgou de alto a baixo, em dois. E a terra tremeu, e as pedras fenderam-se. E os túmulos abriram-se e muitos corpos dos santos que tinham dormido ressuscitaram e, saindo dos túmulos, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.

Vendo, porém, o centurião, que estava diante dele, o que tinha acontecido, que assim expirara, glorificou Deus. Disse, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus! Realmente, este homem era justo!» O centurião, porém, e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terramoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, dizendo: «Verdadeiramente, este era Filho de Deus!»

E todas as multidões dos que presenciaram este espetáculo, vendo o que tinha acontecido, voltavam batendo no peito.

Estavam, porém, todos os conhecidos dele ao longe, e mulheres que o tinham seguido desde a Galileia, vendo estas coisas. Existiam, porém, ali, também muitas mulheres, olhando de longe, as quais tinham seguido Jesus desde a Galileia, servindo-o; entre as quais se encontravam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de Joset (José), e Salomé, a mãe dos filhos de Zebedeu; as quais, quando ele estava na Galileia, o seguiam e o serviam; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.

O golpe de lança

| Jo 19, 31-37 |

Os Judeus, pois, porque era a Preparação, e para que não ficassem os corpos na cruz no sábado, pois era um grande dia o daquele sábado, rogaram a Pilatos que se quebrassem as pernas deles, e fossem tirados.

Vieram, pois, os soldados e, na verdade, quebraram as pernas do primeiro e do outro que fora crucificado com ele; mas quando vieram a Jesus e o viram já morto, não quebraram as pernas dele; mas um dos soldados abriu o lado dele com uma lança, e logo saiu sangue e água.

E quem viu deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: «Nenhum osso dele será quebrado». E, novamente, outra Escritura diz: «Verão aquele que trespassaram».

Sepultura de Jesus

| Mt 27, 57-61 | Mc 15, 42-47 | Lc 23, 50-56 | Jo 19, 38-42 |

E eis que, depois destas coisas, quando já era tarde, porém, porque era a Preparação (isto é: a véspera do sábado), veio um homem rico de Arimateia, de nome José (um varão chamado José), que era membro do sinédrio, {e} varão bom e justo, que também se tinha feito discípulo de Jesus. Este não tinha consentido no conselho e nos atos deles (de Arimateia, cidade dos Judeus), o qual esperava o Reino de Deus. Tendo vindo José de Arimateia (nobre membro do sinédrio, que também esperava o Reino de Deus), corajosamente entrou junto de Pilatos. E este, tendo-se aproximado de Pilatos, pediu o corpo de Jesus: José de Arimateia (sendo discípulo de Jesus, mas em segredo, por medo dos Judeus) rogou a Pilatos para tirar o corpo de Jesus.

Pilatos, porém, admirou-se de que [Jesus] já tivesse morrido; e chamando o centurião, interrogou-o se já tinha morrido. E, quando soube pelo centurião, então Pilatos permitiu: mandou entregar [e] deu o corpo a José.

E tendo comprado um lençol, veio, pois, e tirou o corpo dele. Veio, também, Nicodemos (que primeiramente viera até junto dele de noite), trazendo uma mistura de mirra e de aloés de quase cem libras. Tomaram, pois, o corpo de Jesus, e envolveram-no em panos de linho com os aromas, como é costume sepultar entre os Judeus.

Havia, porém, no lugar onde foi crucificado, um jardim, e, no jardim, um túmulo novo, no qual ainda ninguém tinha sido posto. E tendo tomado o corpo, e tendo-o deposto, José envolveu-o (enrolou-o) no lençol limpo, e pô-lo no seu túmulo novo, que tinha cavado na rocha (que tinha sido cavado na rocha, onde nunca ninguém fora depositado); e rolou uma pedra contra a porta do túmulo e, tendo rolado uma grande pedra para a porta do túmulo, retirou-se. E era o dia da Preparação, e o sábado [já] luzia. Ali, pois, por causa da Preparação dos Judeus, porque estava perto o túmulo, puseram Jesus.

Maria Madalena, porém, e Maria, [mãe] de José, observavam onde tinha sido posto; estava, porém, ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas frente ao sepulcro. Tendo seguido, porém, as mulheres que tinham vindo com ele da Galileia viram o túmulo e como fora posto o corpo dele. Voltando, porém, prepararam aromas e unguentos. E no sábado, pois, repousaram, conforme o mandamento.

Guarda do sepulcro

| Mt 27, 62-66 |

No dia seguinte, porém, que é depois da Preparação, reuniram-se os sumos sacerdotes e os Fariseus junto de Pilatos, dizendo: «Senhor, recordamo-nos de que aquele impostor, disse, ainda vivo: 'Depois de três dias ressuscitarei'. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado até ao terceiro dia; para que não venham os discípulos dele, o roubem e digam ao povo: 'Ressuscitou dos mortos'; e o último erro será pior do que o primeiro».

Afirmou-lhes Pilatos: «Tendes uma guarda; ide, guardai-o como sabeis».

Eles, porém, tendo ido, guardaram o sepulcro, selando a pedra, com a guarda.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 


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