(Hecateu de Abdera) dá informações sobre a extensão da região que nós habitamos e sobre a sua beleza: «Eles cultivam - diz ele - cerca de 3 000 000 de aruras da melhor terra e mais fértil em todas as espécies de frutos; porque tal é a superfície da Judeia.» Por outro lado, sobre a grande beleza e extensão considerável da própria cidade de Jerusalém, que nós habitamos desde os tempos mais remotos, sobre a sua numerosa população e sobre a disposição do templo (neós), eis os detalhes que dá este mesmo autor: «Os Judeus têm numerosas fortalezas e numerosas aldeias espalhadas pelo país, mas só uma cidade é fortificada, com cerca de 50 estádios de perímetro. (1) Tem uma população de cerca de 120 000 pessoas, e chamam-na Jerusalém. Mais ou menos no meio da cidade, ergue-se um períbolo de pedra com o comprimento de cerca de 5 plectros e a largura de 100 côvados (2), tendo portas duplas. Encerra um altar quadrado, formado de uma reunião de pedras brutas, não talhadas, (3) que tem 20 côvados de cada lado e 10 de altura. (4) Ao lado, encontra-se um grande edifício, (5) que contém um altar e um candelabro, os dois em ouro e pesando 2 talentos. O seu fogo nunca se apaga nem de noite nem de dia. Nem a menor estátua, nem o menor monumento votivo. Absolutamente nenhuma planta, como arbustos sagrados ou outros semelhantes. Sacerdotes aí passam as noites e os dias a fazer certas purificações e abstêm-se completamente de vinho no santuário (6) (hierón).» (C. Ap. I, 195 - 199) 1) Os 27 estádios indicados por Xenofonte (cerca de 5 km) (Textes, Op. cit., p. 54) parecem-se mais com a realidade. O número de 120 000 habitantes é outro exagero. 2) Ez 40, 47. 41, 13-15: Dois quadrados de 100 CV de lado (200 CV de comprimento). (Cf. Ex 27, 9-19. 38, 9-20: 100 CV por 50 CV). Todavia, os côvados de Ezequiel são de 7 mãos (côvados filitarianos). «Cerca de 5 plectros» (= cerca de 500 pés) são cerca de 333, 3 CV (= 100 CV + 200 CV + 33,3 CV). Conclui-se, pois, que o átrio, frente ao templo, media 100 CV de largura e, pelo menos, 200 CV de comprimento. O comprimento aqui indicado sugere que o templo lendariamente descrito pela Mishnáh era o que existia antes da remodelação de Herodes. De facto, o tratado Middot da Mishnáh atribui 176 CV ao átrio dos sacerdotes, 11 CV ao átrio dos homens e 135 CV ao átrio das mulheres (Mid 2, 5-6; 5, 1-2). Somando estas 3 medidas, obtém-se 322 CV, a que se acrescenta a largura (desconhecida) dos compartimentos orientais (Mid 1, 4; 2, 6). Contudo, a Mishnáh atribui 135 CV de largura a todo o átrio interior e fala em 3 ou 4 portas a norte e 3 ou 4 portas a sul. (Mid 1, 4-5; 2, 6). 3) Ex, 20, 25; Dt 27, 5-6. 4) 2Cr 4, 1. A Mishnáh descreve o altar como tendo 32 CV por 32 CV na base, mas encolhendo-se em degraus de um côvado de largura em toda a volta. (Mid 3, 1-4) (Cf.: Ez 43, 13-17). De qualquer modo, a descrição da Mishnáh, que parece inspirar-se em Ez 43, 13-17, não combina com esta. 5) Esd 6, 1-5. 6) Lv, 10, 9-10; Ez 44, 21. O TEMPLO DE JERUSALÉM DEPOIS DA REMODELAÇÃO DE HERODES Foi assim que, no 15.º ano do seu reinado (1), (Herodes) restaurou o templo (naós), e elevou em volta uma esplanada 2 vezes maior que a anteriormente existente. (2) Ele consagrou-lhe somas prodigiosas com uma magnificência inigualável. Testemunhos são os grandes pórticos que cercam o santuário e a fortaleza que o flanqueia a norte. Ele reconstruiu estes pórticos a partir das fundações. Quanto à fortaleza, ele fê-la restaurar com um luxo que nada diferia do de um palácio. Chamou-lhe Antónia, em honra de António. (B. J. I, 401) 1) Segundo A. J. 15, 380, provavelmente mais exato, no 18.º ano do reino de Herodes (20-19 a. C.). Os 46 anos de Jo 2, 20 situam a 1.ª expulsão dos vendilhões no ano 28. O átrio exterior só foi terminado em 64 d. C. 2) Se o átrio interior que existia anteriormente media 100 CV de largura (Supra), então o novo passou a medir 200 CV de largura e, provavelmente, 400 CV de comprimento: o dobro da largura e do comprimento indicados por Ezequiel e o quádruplo da largura e do comprimento do átrio do templo portátil de Moisés. Estava interdito que houvesse em algum lugar do templo quer imagens (eikónas), quer bustos, quer obra que evocasse qualquer ser vivo, fosse qual fosse. Ora, o rei tinha mandado executar, por cima da grande porta, uma águia de ouro. (...) Os jovens, (...) ao meio de um dia, (...) a uma hora em que muita gente ia e vinha, no santuário, fizeram-se descer do teto por grossas cordas e partiram a águia de ouro a golpes de machado. (1) (B. J. I, 650-651) (A. J.) Com efeito, Herodes cometera certas infrações à Lei. (...) Assim, por cima da grande porta do templo (naós), o rei tinha colocado uma oferta muito custosa: uma grande águia de ouro, enquanto a Lei proíbe construir imagens e consagrar formas de seres vivos a quem quer levar uma vida conforme as suas prescrições. (1) (A. J. XVII, Cap. VI, 2. 151) (B. J.) Simão passou ao assalto do santuário com a ajuda do povo. Os Zelotes, tendo tomado posição sobre os pórticos e nas ameias, reprimiam as suas investidas. (...) Já favorecidos pelo lugar, tinham, além disso, instalado quatro altíssimas torres (1) para efetuar o tiro de mais alto: a primeira no ângulo nordeste; a segunda dominando o Xisto; a terceira num outro ângulo, frente à cidade baixa; a última tinha sido disposta sobre o teto dos pastofórios (=os aposentos dos sacerdotes), no sítio, onde, segundo o uso, se colocava um dos sacerdotes para anunciar, por um toque de trombeta, de tarde, a chegada de cada sétimo dia, e, de novo, ao anoitecer, o seu fim; a primeira vez, para anunciar ao povo a paragem do trabalho, e, a segunda vez, o retomar dos trabalhos. (2) (B. J. IV, 578. 580-582) A descrição do Pórtico Régio (Infra) sugere que, para além das 162 colunas desse pórtico (basílica), os ângulos não teriam colunas nem pilastras, o que quebrava a monotonia das intermináveis paredes rematadas por pilastras esculpidas. O muro do Túmulo dos Patriarcas, em Hebron, que tem pilastras esculpidas na parte superior, também tem os ângulos lisos. 2) Entre os restos de uma rua estreita, que ladeava o templo a ocidente, foi encontrada uma lápide, em hebraico, com a seguinte inscrição: «Em direção ao lugar do toque da trompete (para os anúncios)». Tinha caído do ângulo SO. João, para a fabricação das suas máquinas de guerra, ousou desviar do seu uso a madeira sagrada. Efetivamente, um dia em que o povo e os sumos sacerdotes tinham decidido altear o templo, para o sobrelevar 20 côvados, (1) o rei Agripa fez trazer do Líbano, laboriosamente e com grandes custos, a madeira necessária: vigas que mereciam serem vistas, de tal forma elas eram bem direitas e de grande dimensão. Tendo a guerra interrompido os trabalhos, João, achando-as com o comprimento que era necessário para chegar ao nível dos que combatiam do alto do santuário, mandou-as talhar e, com elas, construiu torres, que trouxe e ergueu atrás do períbolo sagrado, frente à êxedra virada para o ocidente, (2) único sítio propício, estando as outras partes mantidas à distância por lanços de degraus. (B. J. V, 36-38) 1) Vd. Infra. 2) Concluímos que seria uma êxedra do períbolo exterior, situada atrás do períbolo interior. Certamente, seria a entrada da ponte da qual há vestígios do Arco de Wilson. Também concluímos que o períbolo interior não tinha degraus no lado ocidental. O santuário era construído, (...) sobre uma colina fortificada. Na origem, o planalto do cume mal chegava para o edifício do templo (naós) e para o altar: é que todo o contorno era abrupto e escarpado. Depois que o rei Salomão, o verdadeiro fundador do templo (naós), construiu um muro no lado oriental, um único pórtico foi localizado sobre o terraço. (1) Nos outros lados, o templo era descoberto. No decurso das idades seguintes, trazendo aí a população sem cessar algum novo aterro, nivelando o seu nível, a colina alargava-se. Abatendo-se, além disso, a muralha do lado do norte, ganhou-se todo o espaço que ocupou, em seguida, o períbolo do santuário. Quando se acabou de cercar com um muro a colina, na sua base, em 3 lados, e de cumprir, assim, uma obra, ultrapassando todas as previsões (foram-lhes necessários longos séculos e gastaram nisso todos os seus tesouros sagrados, que as contribuições enviadas a Deus do mundo inteiro alimentavam), construiu-se sobre o contorno (da colina) os recintos fechados superiores e a parte inferior do santuário. No sítio em que os alicerces desta última são os mais baixos, levantou-se o muro de 300 côvados de profundidade e mesmo mais em certos pontos, sem que seja aparente, no entanto, a profundidade dos alicerces, porque se tinha preenchido as ravinas com enormes aterros, com vista de os colocar ao nível das pequenas ruas da cidade. Os blocos de infraestrutura mediam 40 côvados, porque a abundância de recursos e de zelo de que o povo dava prova levavam a empreendimentos incríveis; e aquilo de que não se esperava mesmo ver o fim, à força de perseverança e de tempo, chegou ao seu acabamento. 1) 1Rs 5, 15-32; 6-7; 2Cr 1, 18; 2-4; 2Rs 21, 5; 23, 11-12; Ez 8, 7. 14. 16. Cf. Ez 40-44; 46, 19-24. Em apêndice a este opúsculo, encontra-se o tratado Middot da Mishnáh, para confronto. F. Josefo foi sacerdote do templo de Jerusalém e a sua descrição concorda com as características arquitetónicas greco-romanas. O Átrio dos Gentios - As construções que se elevou por cima (da plataforma) foram dignas de semelhantes fundações. Todos os pórticos eram duplos e as colunas que os sustentavam mediam 25 côvados de altura; (1) eram monolíticas, de mármore muito branco. Os tetos eram apainelados de cedro. A sua alta qualidade do material, a perfeição do polimento e a harmonia de conjunto ofereciam um espetáculo notável, sem adição de algum ornamento embutido, de pintura ou de escultura. (2) Estes pórticos tinham uma largura de 30 côvados (3) e o seu desenvolvimento completo, compreendendo a (torre) Antónia, formava um circuito (kúklos) de cerca de 6 estádios. (4) Toda a parte a céu aberto era ornada de toda a espécie de mosaicos de cores variadas. 1) 25 CV (= 37,5 pés) são, pois, apenas a altura das colunas. F. Josefo diz que a altura das naves laterais do Pórtico Régio (situado a sul) era de «mais de 50 pés» (Infra). É lógico aceitar que os pórticos circundantes tivessem todos a mesma altura. Ora, a diferença exata entre 50 P e 37,5 P é de 1/4 da altura. Essa diferença poderia ser ocupada por um entablamento arcaizante, compreensível na ordem dórica; todavia, na ordem coríntia, espera-se que o entablamento ocupe 1/5 da altura, para o que é necessário atribuir 40 P de altura às colunas (= 37,5 P + 2,5 P). É inverosímil que as bases ou os capitéis fizessem parte do mesmo bloco que o fuste das colunas, portanto os 2,5 P de diferença facilmente se encontrariam numa base quadrada das colunas ou nos capitéis dóricos (ou toscanos). 2) Daqui se pode concluir que os pórticos exteriores, excetuando o Pórtico Régio, eram arquitetonicamente da ordem toscana (ou dórica-romana). O Pórtico Régio era da ordem coríntia. 3) A estes 30 CV (13,32 m) é necessário somar a espessura do muro exterior, a qual não mediria menos de 6 CV. (Ez 40, 5 ss). O muro do períbolo do Túmulo dos Patriarcas, em Hebron, que nos parece dar uma ideia do que seriam os muros do templo, mede, com efeito, 2,65 m de espessura (6 CV). 4) I. e. um retângulo formado por dois quadrados de 1 estádio de lado (1+2+1+2 estádios). O períbolo exterior que antes existia seria um quadrado com cerca de 1 estádio de lado (Infra 9. 3). Ez 42, 15-20 e Mid 2, 1 falam de 500 CV de lado. Subtraindo-lhe 50 CV em torno para os pórticos (Ez 40) = 400 CV de lado = 1 estádio de lado. Na realidade, a plataforma retangular do templo, tal como a conhecemos, mede muito mais do que 6 estádios, formando um retângulo irregular. Há uma «emenda» próxima do canto do sul da parede oriental, a 32 m desse ângulo. Significa que o muro herodiano aproveitou alguma parte da muralha existente e que foi prolongado para sul. A Carta de Aristeu diz que o templo pré-herodiano «foi cercado por 3 paredes de mais de 70 CV de altura e correspondendo à estrutura do edifício em comprimento e largura.» (1Sm 5, 9; 1Rs 9, 15; 2Rs 14, 13 ss; Ne 3, 1-32; 12, 31-39; 1Mc 4, 36-61; 6, 7; 12, 35-37; 13, 52; Jr 31, 38-40; Jo 5, 2; etc.). As portas não se encontram alinhadas umas com as outras nem com as faces da esplanada, nem centradas. Note-se, em todo o caso, o alinhamento da Porta Dupla com a «Pedra Fundamental» (situada por baixo da Cúpula da Rocha ou Domo da Rocha). Os Átrios Interiores - Atravessando este espaço para avançar em direção ao segundo (átrio do) santuário, encontrava-se uma barreira de pedra, de 3 côvados de altura, que o cercava e que era de um trabalho muito fino. Sobre esta barreira, erguiam-se, a intervalos regulares, (1) estelas prevenindo a respeito da pureza legal, umas em grego, outras em latim, proibindo a qualquer estrangeiro a entrada no períbolo do santuário, (2) porque o segundo átrio era qualificado de santo. (3) Do primeiro átrio, subia-se para lá por uma escada de 14 degraus. No cimo, encontrava-se um átrio quadrangular, isolado por um muro próprio, cuja altura, vista do exterior, apesar dos seus 40 côvados, (4) era dissimulada pelas escadas, enquanto no interior ela era de 25 côvados. (5) Estando a escada adossada a um átrio mais elevado, não se podia mais ver toda a extensão deste átrio interior, disfarçado pela elevação do terreno. Após os 14 degraus, o espaço até ao muro era de 10 côvados e era todo plano. Depois, novas escadas de 5 degraus conduziam às portas, que eram em número de 8 dos lados norte e sul, 4 em cada um dos lados. (6) 1) É lógico pensar que as portas do períbolo interior estivessem alinhadas com as aberturas dessa barreira. Cada uma das aberturas teria um aviso em grego de um lado e outro em latim do outro. Para a Mishnáh, essa barreira teria 13 aberturas (Mid 2, 3; 2, 6). Não sabemos a distância entre elas e os degraus. 2) (Ez 44, 6-9; At 21, 27-30). Foram encontradas duas pedras com avisos desses, em grego. Uma delas mede 60 cm × 90 cm, e a outra está incompleta. O aviso diz o seguinte: «Nenhum estrangeiro entrará no interior da balaustrada e do períbolo que cercam o santuário. Porém, aquele que vier a ser apanhado para si próprio será causa [de condenação], através da morte, que virá a seguir». Note-se a proporção de 1,5 nas medidas da pedra: 60 cm × 90 cm. 3) Cf. Ex 25-28; 30; 36, 8-38; 37-39. 4) 8 vezes os 5 CV de Ex 26, 9-19; 38, 9-20. Esta muralha de 40 CV de altura era munida de ameias (Ex.: B. J. V, 102: Os Zelotes «abandonando a guarda das portas, e, saltando das ameias, (...) refugiaram-se nos subterrâneos do templo»). Não sabemos se os 14 degraus do patamar tinham algum significado. Contudo, 14 é o dobro de 7. 5) Entre os 40 CV exteriores e os 25 CV interiores havia, portanto, uma diferença de altura de 15 CV. Podem ser colocadas 3 hipóteses: a) O muro exterior era 15 CV mais alto do que as colunatas interiores e as salas do Tesouro, resguardando terraços sobre estas, que funcionariam como galerias superiores (lembrando / inspirando as galerias superiores para as mulheres nas sinagogas). Cf.: «E [o átrio das mulheres] era, inicialmente, nivelado, mas depois cercaram-no com uma galeria, para que as mulheres olhassem de cima enquanto os homens estavam em baixo, e não se devem misturar.» (Mid 2, 5). b) O muro exterior era 15 CV mais alto do que as colunatas interiores, sendo a diferença de altura preenchida por um telhado inclinado. c) Aparentemente, F. Josefo quer dizer que a diferença entre os 40 CV do muro exterior e os 25 CV interiores era preenchida pelos 14 degraus. Desse modo, o muro exterior atingiria a mesma altura das colunatas interiores, já que a diferença de 15 CV seria preenchida pelos degraus, na base. Porém, essa hipótese é inviável, ilógica e inestética: Os degraus seriam demasiadamente altos para serem usados por seres humanos, pois cada degrau teria uma altura superior a 0,47 m (15 CV / 14 = 1,07… CV)! Mesmo preenchendo a altura de 15 CV com os 19 degraus (14 + 5), a altura de cada degrau seria muito elevada: mais de 0,35 m (15 CV / 19 = 0,78… CV)! Por cima dos 15 CV preenchidos pelos degraus, restariam 25 CV para o muro exterior (como para as colunatas interiores). As portas, de 30 CV de altura, ficariam mais altas do que o muro. As êxedras interiores, medindo 40 CV de altura, ficariam desniveladas, mesmo tendo «aspeto de torres». De qualquer modo, por cima das portas, o muro teria de ter 40 CV de altura, elevando-se 15 CV, para formar a parte externa das êxedras, o que tornaria muito difícil a circulação dos vigilantes sobre o muro. 6) Se cada degrau media 0,5 CV de altura e de largura (0,222 m), como diz a Mishnáh (Mid 2,3), a plataforma de 14 degraus teria uma altura de 7 CV (3,108 m). Juntando a distância de 10 CV (4,44 m) entre o degrau superior e o muro, concluímos que essa plataforma conseguia tapar parcialmente a vista. O períbolo anterior tinha portas duplas (Supra). O novo passou a ter portas quadruplas. Era natural que as portas setentrionais e meridionais estivessem a intervalos iguais entre elas. É a ideia com que se fica da descrição de Josefo, principalmente se imaginarmos estas portas alinhadas com as aberturas da barreira da separação legal, e nada leva a pensar o contrário. Josefo fala em escadas de 5 degraus para as 9 portas do períbolo, o que era esteticamente natural. Como também havia degraus do átrio das mulheres para o átrio dos homens, depois de subir 5 degraus para as portas do átrio das mulheres, dentro, era preciso descer de novo, depois de atravessar as êxedras. Como Josefo não diz que houvesse degraus depois de atravessar as êxedras para dentro, resta admitir que o pavimento deste átrio abaixava em direção ao meio e à Porta Coríntia, a fim de escoar a água para algum canal. O Pseudo-Aristeu, fazendo a descrição do templo anterior, diz que a esplanada, calçada, baixava em direção ao altar, para se lavar e escoar o sangue das vítimas, através de um canal, o que era muito necessário, sobretudo em dias de festa. (Cf.: Mid 3, 2). Certamente, todo o pavimento do átrio interior seria ligeiramente inclinado para dentro.
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