Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!
 
O menino que roubou uma agulha

Era uma vez um menino que brincava junto de uma vizinha, enquanto esta costurava...

Certo dia, este cândido menino roubou-lhe uma agulha, achando ele que não seria grave roubar-lhe uma coisa tão insignificante. Tendo roubado a agulha, levou-a à mãe. É claro que esta não o repreendeu por um crime tão insignificante!

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, um dedal. Se não era grave roubar uma agulha, também não o era roubar um dedal. Tendo-o roubado, levou-o à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado uma agulha, também não o repreendeu por este ter roubado um dedal.

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, uma tesoura. Se não era grave roubar um dedal, também não o era roubar uma tesoura. Tendo-a roubado, levou-a à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado um dedal, também não o repreendeu por este ter roubado uma tesoura.

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, uma faca. Se não era grave roubar uma tesoura, também não o era roubar uma faca. Tendo-a roubado, levou-a à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado uma tesoura, também não o repreendeu por este ter roubado uma faca.

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, um prato. Se não era grave roubar uma faca, também não o era roubar um prato. Tendo-o roubado, levou-o à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado uma faca, também não o repreendeu por este ter roubado um prato.

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, um vaso. Se não era grave roubar um prato, também não o era roubar um vaso. Tendo-o roubado, levou-o à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado um prato, também não o repreendeu por este ter roubado um vaso.

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, um espelho. Se não era grave roubar um vaso, também não o era roubar um espelho. Tendo-o roubado, levou-o à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado um vaso, também não o repreendeu por este ter roubado um espelho.

Mais tarde, roubou, a outra vizinha, um par de brincos. Se não era grave roubar um espelho, também não o era roubar um par de brincos. Tendo-os roubado, levou-os à mãe. Se esta não o repreendeu por este ter roubado um espelho, também não o repreendeu por este ter roubado um par de brincos.

... ... ...

Os anos foram passando.

Certo dia, tornado ladrão profissional, daqueles que roubam e matam, foi preso e condenado à forca. Pediu que lhe fosse permitido despedir-se da sua mãe. Tendo sido autorizado, chegou junto dela, com o maior sentimento filial, cortando-lhe o nariz com os dentes e dirigindo-lhe as ternas palavras de despedida: «Vê, minha mãe, o que me devia ter feito quando eu roubei a primeira agulha?»

Adaptado da tradição popular.

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